sexta-feira, 12 de abril de 2013



Introdução ao Tema:
Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império”
Uma Nova Perspectiva Social

Ao pretender iniciar esta minha Introdução ao Tema: Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império Uma Nova Perspectiva Social, pretendo antes de mais dar um especial realce ao emérito escritor e investigador das questões ligadas à Simbologia; ao Mítico e ao Sagrado, com especial destaque relativamente às suas investigações sobre a História Iniciática de Portugal, estou-me referindo a Victor Manuel Adrião;

Relativamente ao Victor Manuel Adrião, poderei evidenciar alguns livros publicados por ele, precisamente as obras intituladas: - As Forças Secretas da Natureza – Portugal – Mitos e Deuses e um segundo livro - Mistérios Iniciáticos do Rei do Mundo – História Oculta de Portugal, ambos publicados pela Editora Madras – Brasil.

Victor Adrião, nas suas pesquisas desenvolveu um trabalho de análise extremamente interessante sobre o Grau 30 – Cavaleiro Kadosh, do Rito Escocês Antigo e Aceito, tratando- se efectivamente do último Grau Filosófico da Maçonaria;

A doutrina contida no Grau Trigésimo - Cavaleiro Kadosh, converge para dois princípios distintos, o primeiro situa-se na “Escola” e o segundo no “Templo”, o que vem a significar simbolicamente no primeiro o desenvolvimento do conhecimento científico, seguido do conceito do “Templo”, o que significa a procura e desenvolvimento constante das virtudes ou qualidades morais que acompanham a evolução do ser humano.


Os princípios consagrados nos conceitos “Escola e Templo”, projectam uma imagem representada por uma dupla escada biblicamente designada por - “Escada de Jacob” dispondo de dois sentidos – um ascendente e outro descendente, o primeiro refere-se à “Escola”, onde diferentes conceitos de ordem científica são apresentados e no sentido descendente ali estão consagradas as virtudes ou atributos morais que caracterizam a personalidade humana. Dentro dos princípios da Ciência e da Espiritualidade que caracterizam o Grau Filosófico do Cavaleiro Templário Kadosh, procurámos situar a nossa reflexão numa área em que uma dada conceituação filosófica tivesse prefeito enquadramento e esse mesmo enquadramento situou-se precisamente na questão transcendente do Mito do Quinto Império do Padre António Vieira; de Fernando Pessoa ou de Agostinho da Silva.



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Inspirado no Grau 30 – Cavaleiro Kadosh, fomos, portanto, conduzidos a uma reflexão profunda sobre o significado prático daquele mesmo Grau Filosófico, o que nos levou a planear um projecto literário que envolvesse uma trilogia sobre o tema -
Reflexões Sobre a Doutrina do Quinto Impérioprojecto literário que se iniciou com o meu primeiro romance - “Operação: Quinto Império”, onde introduzi alguns novos desenvolvimentos relativamente à Maçonaria Operativa no Século XXI e finalmente no que diz respeito ao Mito do Quinto Império, fui procurar fundamentos à História Iniciática de Portugal procurando converter aquele numa nova doutrina ideológica tendo por base a espiritualidade e o conhecimento científico.

Essa mesma espiritualidade e conhecimento científico fui encontrá-los de forma perfeita na Doutrina do Racionalismo Cristão, fundado pelos portugueses Luiz de Mattos e Luiz Alves Tomaz em 1910, na Cidade de Santos – Brasil.
O terceiro trabalho literário encontra-se ainda numa fase embrionária, contudo, poderei já adiantar de que mesmo irá abordar o conceito de uma nova ordem económica e social que virá a ter como pilares – a cooperação; a sobriedade; a solidariedade e finalmente a espiritualidade.
No meu novo livro “ Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império – Uma Nova Perspectiva Social “ cuja publicação está prevista para finais do mês de Maio do ano em curso. Ao escrevermos esta nossa obra pensamos estar a realizar uma experiência inédita em termos histórico/espiritualistas, ao analisar uma doutrina filosófica, racional e científica e de inspiração cristã, cujas raízes são efectivamente de origem lusitana e consequentemente ligadas à História de Portugal e do Brasil.

Não se trata de uma doutrina estrangeira e muito menos importada do Brasil, mas sim de uma doutrina idealizada e fundada por portugueses em terras brasileiras;

O Racionalismo Cristão, não sendo de forma alguma uma religião é a consequência de um estudo profundo consubstanciado numa doutrina filosófica e espiritualista, sendo essencialmente portadora de uma base racional e científica.

Na verdade, este ensaio procura analisar e aprofundar o mito ligado ao Quinto Império que historicamente notáveis poetas e pensadores lusos procuraram notabilizar, considerando ser sempre uma “demanda do povo português na sua busca do “graal da espiritualidade!”


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Quando nos referimos utilizando a expressão – Doutrina do Quinto Império, estamos precisamente a estabelecer um elo que irá ligar a própria doutrina do Racionalismo Cristão que devido ao facto de ter nascido em terras brasileiras, foi no entanto, fundado por um grupo de portugueses ali emigrados e tendo sido liderados por outro português de nome – Luiz de Mattos, que foi um ilustre Maçom do Grau 33.
O Racionalismo Cristão pode ser considerado uma das bases inspiradoras da Lusofonia por se encontrar implementado em quatro países: - Brasil; Portugal; Cabo Verde e Angola! No entanto, esta Doutrina é na sua essência e finalidade espiritista e espiritualista, racional e científica e de inspiração cristã, fundamentalmente humanista e universalista. Ela na realidade não tem o seu exclusivo apenas em dois países – Portugal e o Brasil, mas sim no seu todo pertence efectivamente à Humanidade!
O Racionalismo Cristão ou seja a Doutrina do Quinto Império, caracteriza-se pela sua assumida humanidade e universalismo, naturalmente inspirando-se nos Valores e ensinamentos divulgados por Cristo, reforçados pela própria história, Língua e cultura dos Portugueses que no seu deambular histórico por terras distantes deixaram marcas perenes em todos os lugares por onde passaram e viveram! As Descobertas e Expansão Marítimas de Portugal são a prova historicamente irrefutável de todos esses importantes acontecimentos!
Se recuarmos uns séculos até ao reinado de D. Dinis – (1261-1325), iremos verificar que este notável rei português com a sua mulher a Rainha Santa Isabel, institucionalizaram em Portugal por volta do ano de 1323, as Festas do Império e do Culto do Espírito Santo por influência de Joaquim de Flora – (1132-1202), abade cisterciense, filósofo e místico, defensor da Trilogia Bíblica das Três Idades – a Idade do Pai; do Filho e do Espírito Santo.
Quando nos referimos à “singularidade lusitana” que mostrando-se sob a capa de aparente submissão a Roma Papal, nos vem do rosacrucianismo templário; da fundação e linhagem joanicas dos Fiéis-de-Amor, convergentes na Ordem dos Cavaleiros de Cristo que se transferiu de Portugal para o Brasil e Goa e para outras importantes partes do mundo;
Não terá sido por acaso que essa mesma “singularidade lusitana” convertida numa acção de “descolonização religiosa” feita pelo Rei D. Dinis, ao institucionalizar o Culto do Espírito Santo e segundo Rainer Daehnhardt, emérito historiador luso-alemão e autor de importantes obras ligadas à História de Portugal, destacando-se um dos seus livros intitulado – Portugal – A Missão que Falta Cumprir, entendeu como sendo uma acção relevante e politicamente inteligente desenvolvida por D. Dinis, indo essa mesma acção interferir na colonização religiosa implementada por Roma.


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Na sua notável obra, mas ainda insuficientemente conhecida pelos portugueses – “ História do Futuro”, iniciada pelo Padre António Vieira em 1649, no século XVII, portanto, nove anos depois da Restauração de Portugal, como nação independente e soberana, libertada do domínio castelhano, António Vieira, o maior orador sacro do seu tempo, começou a escrever a “História do Futuro”, onde o conceito do Quinto Império, começa a ser definido, sendo Portugal a nação incumbida para fundar no planeta Terra uma nova doutrina espiritualista que iria unificar todas as nações, raças e povos.
As classes dominantes tal como no passado continuam firmemente presentes e actuantes, contudo, algumas novas doutrinas têm vindo a surgir sob novas formas de anarquismo e socialismo, mas sempre de raiz marxista e finalmente por influência da cultura judaico/cristã estão surgindo novas correntes doutrinárias. Teoricamente o que seria desejável seria haver uma tendência natural de aproximação gradual entre o Trabalho e o Capital, sendo estabelecidas progressivamente plataformas de entendimento que gradualmente iriam convergir para uma nova filosofia caracterizada por um espiritualismo ideológico, onde doutrinas como o Cooperativismo, assumiriam uma especial relevância nas novas sociedades do Século XXI.
A responsabilidade social que deve ser o suporte principal de uma sociedade civilizada e progressista rapidamente se está diluindo perante as grandes ofensivas do capitalismo neoliberal e destituído de humanidade! No plano ideológico/político, urge efectivamente que as classes trabalhadoras venham a desenvolver uma nova estratégia de luta que passará indubitavelmente pela resistência activa e por outras formas de luta que passarão pelo desenvolvimento de um espiritualismo científico/político que venha a introduzir na sociedade uma nova ordem económica e social e essa nova ordem já existe e está evoluindo na consciência do cidadão comum!
Quando em termos específicos nos referimos à Doutrina do Racionalismo Cristão, queremo-nos referir de que se trata de uma doutrina profunda, vasta e ecléctica e, quando da sua fundação e codificação em 1910, na cidade de Santos – Brasil, por dois ilustres portugueses – Luiz de Mattos e Luiz Alves Tomaz, o primeiro, transmontano e o segundo beirão, nós em Portugal, decidimos acrescentar ao nome consagrado dessa mesma doutrina a designação de Doutrina do Quinto Império!






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Na realidade e no Racionalismo Cristão, quando são realizadas reuniões públicas de limpeza psíquica, onde um conjunto organizado de pessoas se aliam e de maneira sincronizada utilizam a acção e força do pensamento para criarem um poderoso campo de atracção, criando condições naturais para que entidades superiores espirituais desçam ao planeta espargindo luz e fluidos sobre as pessoas presentes! Essa mesma luz e fluidos representam uma forma superior de energia que ao envolver e penetrando o ser humano vai exercer uma importante acção curativa e revigorante!

Essa mesma luz e fluidos poderão ser comparados às famosas línguas de fogo que a Bíblia regista, considerando-se tratar-se de um idêntico fenómeno gerado pela qualidade e intensidade do pensamento humano quando devidamente disciplinado e esclarecido sobre as realidades da Vida fora da matéria!

É chegada a hora! A mesma hora a que se refere Fernando Pessoa, no seu poema Mensagem, para que a Humanidade desperte para a realidade da vida e que venha a compreender a razão da sua própria existência!

Numa perspectiva espiritualista e histórica achámos por bem chamar ao Racionalismo Cristão – a Doutrina do Quinto Império, aquela mesma doutrina sonhada por Luiz de Camões; Padre António Vieira; Fernando Pessoa ou Agostinho da Silva e tantos outros ilustres portugueses que se bateram pelo engrandecimento de Portugal!

De facto, trata-se de um movimento doutrinário que encerrando conhecimentos fundamentais sobre o que seja o espírito humano – a sua origem, natureza e atributos, a razão de ser da sua existência e a sua inserção natural no próprio Universo, compreendendo a finalidade da VIDA INTELIGENTE, demonstrando a existência da VIDA FORA DA MATÉRIA, comprovando assim de que a MORTE NÃO INTERROMPE A VIDA;



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A importância que a acção do Pensamento através do uso do livre arbítrio e que orienta as actividades dos seres humanos e finalmente a finalidade de nossa existência física que passa pela Evolução através de sucessivas reencarnações neste planeta escola que se chama Terra em conformidade com os insondáveis desígnios da FORÇA CRIADORA (Deus), portanto, trata-se de uma doutrina espiritista, espiritualista, profunda, vasta e ecléctica!

Na abordagem política e sociológica feita ao Racionalismo Cristão, podemos retirar importantes ilações, fazendo projecções sobre as implicações que uma tal doutrina de âmbito espiritualista e espiritista poderá vir a gerar e os resultados reflectem-se no desenvolvimento de uma ideologia de inspiração cooperativista, tendo como pilares da sustentação princípios espiritualistas; científicos; económicos e políticos e que passaremos a designar por – Doutrina da Cidadania Social!

A Doutrina da Cidadania Social poderá dar origem a um novo tipo de sociedade, onde factores ligados ao lucro; à propriedade privada e a diferentes circunstâncias associadas aos mesmos irão sofrer profundas alterações e não vão ser as ideologias já por nós apontadas – o marxismo; a social-democracia; o socialismo democrático; o neoliberalismo ou ainda a democracia cristã que irão ter qualquer tipo de expressão ou influência nessa nova sociedade do futuro, onde a democracia participativa terá um peso determinante e expressivo; onde as gerações mais idosas virão a ter uma importância fundamental para o desenvolvimento espiritual e material das novas comunidades do Século XXI!








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Naturalmente que essa mesma sociedade do futuro gerada por uma ideologia como a Doutrina da Cidadania Social, vai continuar a respeitar e acima de tudo o livre arbítrio de cada cidadão que plenamente consciente dos seus deveres e direitos será sempre uma peça nuclear para que a nova sociedade do Século XXI, estejam presentes os mais elevados desígnios da condição humana, onde o cidadão plenamente esclarecido da sua realidade espiritual irá procurar no mundo material as condições necessárias para que todos em conjunto possam desenvolver uma actividade totalmente virada para o enriquecimento social, intelectual e espiritual individual e colectivo absolutamente centrado nas leis da evolução universal.
Na História a experiência dela surgida ao longo dos séculos vai-nos permitir no início do Século XXI, pensar e admitir uma nova perspectiva social sobre a viabilidade de um novo movimento cívico – o Movimento Cívico Português para a Cooperação – MCPC, fundamentado na História de Portugal e na cultura filosófico/espiritualista do povo português. Tal iniciativa poderia ser comparada a uma tentativa de restaurar a histórica Ordem de Cristo, como uma grande irmandade nacional embora sofrendo importantes alterações e obedecendo a orientações de ordem cívica, democrática, espiritualista e científica básicas e adequadas ao novo estatuto de cidadania social.
Certamente que o referido movimento cívico poderia vir a criar inspirado pela Doutrina da Cidadania Social uma nova expressão cívica que poderia ser a seguinte:

Despertai! Para repensar Portugal!”
Esse mesmo movimento cívico poderia eventualmente dar origem a um novo partido político que muito provavelmente seria designado por: Partido Cooperativo e Inovador Português – PCIP, que teria como objectivo de mobilizar os portugueses para a realização de um Projecto Global que venha a contemplar uma pátria universal da Língua Portuguesa que na sua mais viva expressão será a Lusofonia!