terça-feira, 11 de outubro de 2016

A DOUTRINA DA CIDADANIA SOCIAL COOPERATIVISTA




                  
                       A Doutrina da Cidadania Social Cooperativista



Nos países de grande desenvolvimento tecnológico no Ocidente, a filosofia social do bem-estar do indivíduo tem vindo rapidamente a decair, isto devido ao sistemático e progressivo aumento do referido desenvolvimento tragicamente acompanhado por uma crescente degradação dos verdadeiros valores morais, históricos e culturais que definem e formam uma nação na sua célula mais representativa que é a Família!

O materialismo grassa de uma forma assustadora levando o ser humano a uma voraz procura do consumismo crescentemente incentivado pelas mais avançadas técnicas de publicidade fortemente apoiadas pelos diferentes e diversos agrupamentos e interesses económicos!

Em consonância com os conhecimentos espiritualistas mais avançados que apontam para realidade espiritual do ser humano e que justificam plenamente uma alteração drástica perante os grandes, graves e dramáticos problemas quando nos referimos às consequências originadas pelas economias consumistas que estão delapidando rapidamente os recursos naturais do planeta que são limitados e que a espécie humana está consumindo, daí a plena justificação de uma Acão ecológica a nível global que urgentemente terá de ser implementada!

Com base nos princípios desenvolvidos as democracias quer a representativa quer a participativa terão que vir a ter uma Acão mutuamente conjugada e tendo como sustentação os princípios representados pelo Humanismo e pelo Universalismo que dando origem a uma nova ideologia materializada numa doutrina reforçada com fundamentos da filosofia cooperativista sergiana poderão servir de fonte de inspiração para um mais amplo desenvolvimento do conceito de cidadania que numa composição de alquimia semântica nos poderá levar a uma nova fórmula de CIDADANIA SOCIAL COOPERATIVISTA onde os tradicionais partidos políticos perdem grande parte da sua expressão dando lugar a um novo estatuto em que o cidadão comum assumirá uma maior e mais direta responsabilidade social, caracterizando-se e distinguindo-se pelos seus atributos que são: -



 1 - A Força de Vontade;

2 - A Consciência de si mesmo;

3 - A Capacidade de percepção;

4 - O Poder do Raciocínio;

5 - A Faculdade de Concepção;

6 - O Equilíbrio Mental;

7 - A Lógica;

8 - O Domínio de si mesmo;

9 - A Sensibilidade;

10 - A firmeza de Carácter

São estes, pois, os atributos do cidadão, atributos que serão desenvolvidos ao longo das suas sucessivas reencarnações em corpo físico na aprendizagem nesta Escola a que chamamos planeta Terra, contudo, tal aprendizagem terá as suas bases através da Educação dos Jovens, mas para isso torna-se absolutamente necessário que a célula chamada FAMÍLIA, se mantenha sempre íntegra na sua grande missão em formar espíritos que no futuro virão a ser homens e mulheres de grande valor social, intelectual e espiritual dando origem à formação de uma nova sociedade, onde o factor espiritualidade será sempre uma realidade constante!

Surge a necessidade premente de em Portugal ser criada de uma nova doutrina de cariz ideológico que envolva simultaneamente princípios político/económicos de base espiritualista, onde o factor cidadania assume uma importância relevante e nomeadamente no que toca a uma nova divisão da sociedade que passaria pelo seguinte enquadramento social:



1 - Cidadãos Infantes;

2 - Cidadãos Estudantes;

3 - Cidadãos Obreiros;
4 - Cidadãos Conselheiros.

Em conformidade com os princípios desenvolvidos pelo ilustre investigador francês,  Henri Durville, autor do interessante livro - “A Ciência Secreta” 1926 – Editora Pensamento, referia-se aos ciclos de vida do ser humano que são: a infância; a juventude; a maturidade e a velhice que por sua vez correspondem às quatro estações do ano – Primavera; Verão; Outono e Inverno!


Será importante aqui salientar a enorme importância que as gerações representadas pelas pessoas idosas a que nós achámos por bem designar – Os Cidadãos Conselheiros – o 4º. Ciclo da vida humana – a velhice e que corresponde ao Inverno, irá ter nas futuras sociedades do Século XXI, envolvendo uma Acão verdadeiramente determinante para a futura evolução do ser humano no planeta Terra!

                                                                                        
Agora, no Século XXI, já dispomos de conhecimentos de base científica que nos vão permitir ter uma compreensão mais consciente do mecanismo das leis naturais e que nós seres humanos no plano físico devemos procurar um maior equilíbrio do nosso relacionamento com a Natureza, sendo portanto, certo fazermos uma comparação entre as estações do ano e os ciclos de vida do ser humano!


 Certamente que é e será sempre através do estudo e do raciocínio que intelectual e intuitivamente iremos alcançar uma maior evolução e portanto um conhecimento mais lúcido e direto do porquê da nossa existência como seres vivos e da relação que temos com o próprio Universo!


  Naturalmente que na Doutrina da Cidadania Social Cooperativista, serão pesquisados e desenvolvidos novos conceitos de ordem científica que irão permitir ao cidadão conforme já afirmámos de prosseguir no seu próprio desenvolvimento social, intelectual e espiritual, desenvolvimento esse que irá contribuir de forma substancial para que seja possível formar uma sociedade mais avançada, feliz em perfeita consonância com as leis naturais e consequentemente respeitando a própria Ação da Evolução Universal que a todos assiste e rege! 


Em termos teóricos quando se deu a explosão primordial do “Big Bang”, uma fabulosa energia se expandiu onde as forças centrípetas e centrífugas universais ficaram presentes e atuantes e assim e no tempo de Isaac Newton, a metáfora para o Universo era de um relógio. O Universo seria um mecanismo imenso com rodas dentadas e nele se impunham leis imutáveis. Era o determinismo absoluto; entretanto, Darwin veio a alterar tudo com a sua investigação sobre a “Origem das Espécies”. A metáfora de Charles Darwin era exatamente a oposta! Não havia “determinismo”, sendo tudo acaso e seleção natural. Entretanto a Mecânica Quântica veio reforçar o papel do acaso e por isso mesmo Albert Einstein não gostava dela! Aparentemente esta crucial questão poderia ser posta na seguinte forma: - Uma nova metáfora poderia ser produzida, sendo descrita como: - “ um processo universal criativo” e assim sendo todo o Universo está em evolução!


 Vejamos, uma simples e pequena bolota é a base do nascimento de um carvalho que de forma determinada vai dar origem a uma gigantesca árvore que poderá atingir os mil anos ou mais de existência. Trata-se efetivamente de um processo criativo e assim e comparativamente todo o Universo está em evolução, assumindo em termos de futuro formas já determinadas, tal como a bolota do castanheiro, sendo que as próprias leis físicas que regem o Universo evoluem dentro daquela estrutura criativa e expansiva e aqui as leis que assistem os movimentos centrípeto e centrífugo universais atuam de forma determinada dando origem a leis que não são imutáveis, mas sim constantes, que na sua ação vão formando estruturas que ao desdobrarem-se criam novas estruturas ou propriedades emergentes totalmente novas, mas internamente coerentes entre si, teremos, portanto de concluir que existe efetivamente um “determinismo criativo universal que 

Assiste o Universo na sua expansiva imensidade contido num modelo pré-embrião, tal como nos vai levar à conclusão de que o Universo tem vindo a ter uma expansão acelerada conforme as ainda recentes descobertas científicas dos investigadores norte-americanos, laureados com o Prémio Nobel da Física em 2011 – Saul Perlmutter; Brian Schmidt e Adam Riesse!


  Essa mesma expansão acelerada do Universo que deu origem à existência do espaço/tempo preenchido por seres e coisas e simultaneamente à constituição das múltiplas dimensões ou planos onde ocorreram manifestações de formas de vida e todas detentoras de evolução própria! Aqui poderemos concluir o seguinte: de que existe um determinismo universal, cujo modelo é pré-existente que obedece a um “processo criativo”. A palavra “processo” captura o facto de ele ser orientado no tempo, do menos para o mais complexo e a palavra “criativo” reconhece que o acaso não existe sendo possível conhecer o futuro embora este se mostre sempre com cenários dinâmicos e alternativos em função das ações e reações que no tempo presente vão ocorrendo!


A palavra “revolução” em termos semânticos não poderá corresponder à nova realidade social do Século XXI para a definição dessa nova ideologia tem de ser inventada uma nova expressão que traduza inteiramente o significado da referida ideologia – provavelmente será:


Revolucionar a Revolução ou Rerevolucionar?

Rerevolucionar significa despertar as consciências, sistemas, doutrinas e conceitos ir para além da revolução, pois é disso que nós Portugueses precisamos, o que teria de partir do âmago de cada um de nós! Esse mesmo aprimoramento moral e intelectual seria livre, pacífico e individual vindo a ser adquirido pelo estudo, raciocínio, o trabalho produtivo para evitarmos o sofrimento quando infringimos as leis naturais que regem o Universo e assim tornarmo-nos mais esclarecidos sobre quem somos e porque existimos e irmos para além da realidade material que a Mãe Natureza aparentemente nos impõe!

A vida de todo o cidadão comum é simples e para a Humanidade é preciso que sejam garantidos os direitos, obrigações e oportunidades iguais para todos com a criação de um sistema político que permita haver justiça social, onde seja possível trabalhar para a construção de um mundo mais justo e melhor para todos os seres humanos e esse mesmo sistema político poderá vir a ser desenvolvido na base filosófica de uma nova doutrina cooperante e cooperativa inovadora e daí poderemos vir a concluir que o verdadeiro motor da economia está fundamentalmente concentrado nos trabalhadores! 

O velho espírito coletivo lusitano que comandou as Descobertas e Expansão Marítimas no mundo terá que ser despertado e o povo português terá que refletir podendo chegar à conclusão de que as antigas, mas ainda decorrentes ideologias político/económicas estão chegando ao seu fim e a democracia tal como é conhecida e praticada tem igualmente os seus dias contados!


                                                                                                                                                                         Algo tem que ser  alterado. Portugal tem que ser libertado dos grupos de corruptos nacionais e estrangeiros que infestam o país criando situações de exploração intoleráveis e invocando falsas razões para assim poderem espoliar e esmagarem o povo trabalhador!

O cidadão comum coletivamente representa muito mais de dois terços da população mundial e um número muito restrito de indivíduos a nível mundial controlam, dominam e exploram em seu exclusivo proveito os recursos e energias da maioria dos países existentes no mundo. Eis, pois, urgente que os trabalhadores representados pelos seus Sindicatos se unam numa “frente comum” juntando a sua experiência e conhecimentos técnicos, criando novas estruturas sociais e fabris que façam frente à monstruosa máquina do neocapitalismo, defrontando-a com estratégicas armas que os recursos materiais e o trabalho e engenho humanos unidos poderão desenvolver. A Constituição da República Portuguesa contempla três setores distintos de atividades – o setor privado; o setor público e finalmente o setor cooperativo e social de propriedade dos meios de produção (Artigo 80º. (Princípios Fundamentais). É chegada a altura de se repensar a importância crescente do terceiro setor agora apontado por nós e no qual vemos a possibilidade de a própria democracia ser reformulada no sentido mais humanamente social e económico e tendo como base uma mais direta participação do cidadão comum na vida comunitária quando todos os seus representantes políticos sejam eleitos pelo voto direto e individual. Assim, cada candidato terá que defender pessoalmente a sua própria candidatura a qualquer lugar político junto da comunidade em que se encontrar inserido e só assim será possível a realização plena da democracia participativa. 

Ao ser impressa uma nova dinâmica face ao desenvolvimento social, político e económico dos tempos atuais essa mesma dinâmica passa pela aplicação prática da doutrina cooperativista! Podemos afirmar que na realidade o verdadeiro motor da economia fundamenta-se na ação do trabalhador que tem nas suas mãos o verdadeiro poder económico e graças à sua força de trabalho, ao seu conhecimento técnico  e experiência  teremos de reconhecer de que o sindicalismo português no presente tem urgente e imperiosa necessidade da sua reorganização emancipadora pela via do cooperativismo e que já liberto da “ganância do lucro” poderá o trabalhador vir a construir novas condições de vida, de progresso e de estabilidade e onde a economia social  cooperativa virá a ser uma sólida realidade!

  

Assim, o movimento sindicalista português deverá chamar a si uma inovadora estratégia criando as necessárias condições para uma mais completa formação pedagógica, técnica e tecnológica dando ao povo trabalhador a possibilidade de formar as suas próprias empresas cooperativas e daí conseguir-se a desejada independência, libertando-o definitivamente da exploração do capitalismo retrógrado e ganancioso e daí surgir a necessidade do sindicalismo português chamar a si uma nova dinâmica inovadora `sob a sigla de um novo nome que seria – o “Sindicalismo Cooperativo”. 

Eis, pois uma razão fundamental que justificará plenamente uma reformulação da própria Constituição da República Portuguesa introduzindo um novo regime político onde o sector privado deverá ser menos relevante e sendo incrementados os sectores cooperativo e público, reforçando-os como os modelos mais adequados, justos e convenientes  a favor de um verdadeiro e natural progresso e bem-estar sociais do Povo Português.


Conforme afirmámos inicialmente a palavra “revolução” é insuficiente para que se defina e dê base de sustentação à nova doutrina da cidadania social e que permita alcançar determinados conceitos, tais como: cooperação; ecologia; espiritualidade; disciplina; solidariedade; sobriedade; ciência; estudo; raciocínio; voluntariado; cooperativismo; reencarnação; evolução; transformação e democracia participativa que irão dispor de uma posição marcante na sociedade do futuro, contudo, outros conceitos como – economia de mercado; livre iniciativa; comercialização; produção; industrialização, serão mantidos, mas entretanto, passando por um rigoroso crivo onde os seus aspetos e consequências negativas terão que ser eliminados nomeadamente o materialismo e o consumismo que terão de dar lugar à SOBRIEDADE que será um factor fundamental e determinante na realidade da nova ordem económica e social nas novas sociedades do Século XXI!

 A bolota do carvalho que contém em si o modelo pré-configurado de uma enorme e milenar árvore que em conformidade com o tempo e o ambiente exterior vai tendo o seu crescimento mais ou menos bem-sucedido.



No paradigma da Humanidade destaca-se a evolução e a Ciência da Antropologia embora de forma limitada permite-nos ter um vislumbre do que seja efetivamente a ação da vida neste pequeno planeta que se chama Terra! Portanto, a ação que tem vindo a decorrer ao longo dos séculos, traduzida por constantes e violentos embates entre seres humanos, na verdade trata-se de um mecanismo de natureza evolutiva que fundamentado no sofrimento, nos encontros e desencontros da vida, é o fator básico para que os seres humanos através da tentativa e do erro, vão adquirindo conhecimentos que por sua vez vão ter uma ação direta na moldagem física, psíquica e espiritual na personalidade humana, levando a experimentar situações que começam com sentimentos diversos e primários, desde o ódio, a maldade, a crueldade, a ganância, a inveja, experimentando sentimentos grosseiros que no decorrer da sua vivência física vão passando por múltiplas e extremas situações que lhe trazem grande sofrimento e é precisamente esse mesmo sofrimento que leva o ser humano a raciocinar, aprendendo sobre o que está certo e o que está errado, levando-o ao longo de milhares de reencarnações em corpo físico, as quais se irão projetar por milhares de anos, começa espiritualmente a evoluir e a transformar aqueles seus primeiros sentimentos primários e grosseiros em novos sentimentos mais sublimados onde o amor, a amizade, a coragem, a ternura, a tolerância começam a aflorar na alma humana!

E aqui chegamos ao grande paradigma da razão da existência do Universo, pois, uma das importantes partes desse mesmo paradigma chama-se Transformação, mas a outra não menos importante chama-se Evolução e daí a existência de um determinismo universal! Agora no Século XXI, o ser humano dispõe já de um conhecimento do Universo suficientemente amplo e profundo que lhe vai permitir conhecer de uma forma clarividente os porquês sérios da Vida, da sua própria existência e a razão fundamental do que seja a Força Criadora, a Inteligência Universal ou exatamente o que representa verdadeiramente Deus!

Nunca estivemos sós ao longo das lentas, difíceis e dolorosas épocas que o Tempo no decorrer de milhões de anos foi marcando.

 
O grande filósofo grego Sócrates proclamava: “ Ó homem Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”. Hoje, dispomos desse mesmo conhecimento, e reconhecemo-nos que na realidade os deuses somos nós quando espiritualmente esclarecidos sobre a constituição do Universo nas suas duas componentes –  Força e Matéria, a primeira expoente máxima da vida inteligente da qual nós seres humanos fazemos parte como partículas de vida inteligente dessa mesma Força e finalmente a componente Matéria constituinte de todos os corpos existentes no Universo! De facto será na base destes conhecimentos que nós seres humanos temos no presente a necessidade básica de virmos a despertar para a verdadeira realidade do Universo!


Há uma forma de pensamento que nos conduz efetivamente à evidência das realidades da VIDA existentes neste mundo material que se chama planeta Terra! Estamos de facto subordinados às leis da Natura e por essa razão a Ciência tem uma ação determinante na nossa forma de viver! É conhecendo o mecanismo das leis naturais que nós vamos compreender; respeitar e agir em completa harmonia com os condicionalismos físicos da matéria, da vida evolutiva do espírito e tomada de consciência com as realidades do Universo!


As religiões são na verdade uma criação gerada pela imaginação do Homem, enquanto a Espiritualidade é um atributo próprio do espírito humano, elemento básico do próprio desenvolvimento intelectual, emocional e espiritual que caracterizam o crescimento natural do ser humano, no seu binómio espírito/corpo!

Na base de um pensamento filosoficamente científico e Interventivo e se já somos imortais e se queremos evoluir a partir de uma simples célula temos que nos reproduzir e daí como causa primordial a expansão do Universo intimamente ligado ao nosso próprio crescimento espiritual e cósmico!


A nossa evolução é processada através de várias reencarnações ou vidas sucessivas na base da vivência em novos e diferentes corpos de matéria organizada sendo mantida a nossa essência própria como vida inteligente  (imortalidade)   e através da tentativa e do erro vamos adquirindo experiências e conhecimentos e evoluindo num sentido lato, cósmico acompanhando sempre o próprio movimento expansivo do Universo!


Aqui é levantada uma grande questão filosófica da imortalidade ou da reprodução da Vida.


De forma especulativa poderemos admitir o seguinte: - Que a morte não interrompe a Vida e que a Vida existe fora da Matéria e daí poderemos deduzir de que nós somos imortais em termos de energia - força - espírito e que somos reprodutivos em termos de Matéria e aqui leva-nos a outra conclusão: se somos simplesmente imortais não temos acesso à evolução porque neste caso o Universo seria simplesmente estático e não havendo movimento nele não poderiam ocorrer "mudanças" e consequentemente não seria possível a existência do "Caos" e no seio deste o surgimento da Ordem Geradora da Evolução!


Para evoluirmos teríamos que nos reproduzir biologicamente, o que iria implicar movimento e consequentemente - dinâmica ou por outras palavras  ser-nos-á permitido   concluir  de que no Universo operam-se os seguintes movimentos universais:

Evolução da Força e transformação da Matéria

Eis, pois, uma convergência para um novo conceito da Vida absolutamente independente das religiões e fundamentado simplesmente no pensamento filosoficamente científico e interventivo e se já somos imortais e se queremos evoluir a partir de uma simples célula temos que nos reproduzir e daí como causa primordial intimamente ligada ao movimento de expansão do Universo.

No prosseguimento das nossas reflexões sobre o estabelecimento de uma estratégia política começa a ser-nos possível fazer novos desdobramentos sobre a definição e consolidação da Doutrina da Cidadania Social Cooperativista e para esse fim teremos de recuar historicamente no tempo e observar que desde o tempo do nascimento na nacionalidade portuguesa e ao longo dos séculos o povo português foi passando por diferentes experiências de ordem social, religiosa, espiritual, moral, económica e finalmente política!




Na monarquia vivemos e sofremos adversas etapas da vivência humana, umas mais primitivas, cruéis ou mais humanizadas, mas sempre repletas de grande sofrimento! Naturalmente que o conceito de sofrimento numa perspetival espiritualista e filosófica da Evolução assume aspetos e direções totalmente diferentes em relação àquelas outras perspetival, originadas, por exemplo - pelas religiões ou ainda pelo positivismo materialista

 De facto a espécie humana ao longo das eras tem vindo a evoluir material e espiritualmente graças a essa alavanca que se chama sofrimento, sendo o sofrimento que tem vindo a obrigar o ser humano a reagir às diversas adversidades que o mundo físico tem vindo sistematicamente a impor - a necessidade de se alimentar, de se proteger do frio, abrigar-se dos elementos naturais implacáveis ou ainda na luta pela sobrevivência física contra as investidas de animais ferozes e predadores ou ainda defendendo-se dos ataques dos seu próprio semelhante - o Homem!


Mas se avançarmos mais no tempo quando a República em 1910 destrona a Monarquia, poderemos observar que de uma forma acelerada o povo português passa por sucessivas e tumultuosas experiências sociais, económicas e políticas.

A Monarquia em Portugal não caiu devido à força das ideias republicanas, mas sim ao descalabro do próprio regime monárquico! O regime constitucionalista implantado em 1834 era formado por dois partidos monárquicos principais - o Regenerador e o Progressista.

Em 31de Janeiro de 1891, ocorre a frustrada revolta republicana na Cidade do Porto que pretendia acabar com a Monarquia em Portugal e a resposta dos partidos monárquicos foi a de instalar uma ditadura que durou desde 1894 e 1896. Finalmente no dia 4 de Outubro de 1910 é implantada a República, seguindo-se 16 anos de turbulência partidária, política e instabilidade social e económica!
                                                                                                                           
Os constantes atentados à bomba, conspirações e golpes militares, foram produzindo uma numerosa sucessão de governos! Durante os 16 anos que durou a 1ª. República, o país conheceu 45 governos, não incluindo os indigitados!


Durante o período entre 1910 e 1917, predominaram governos radicais do Partido Democrático, controlados por Afonso Costa e no período seguinte, sucederam-se governos conservadores que prepararam efetivamente as condições propícias para a emergência de uma ditadura que viria a surgir com a Revolução do 28 de Maio de 1926.

Na 1ª. República surgiu ditaduras como as de Pimenta de Castro - 1915; Sidónio Pais - 1917-1918, para finalmente em 4 de Outubro de 1928, surgir a Ditadura do Estado Novo que iria durar desde 1933 até1974, portanto cerca de 41 anos e vindo a ser um regime político uni-partidário, ditatorial e corporativista!

Convém salientar que a balbúrdia que reinava no país desde o início do Século XIX e que se agravou durante a 1ª. República fez disparar a desconfiança quanto ao futuro de cada cidadão, sendo neste período que ocorre uma das maiores vagas de emigração de todos os tempos, só tendo paralelo com a que ocorreu nos anos 60 do Século XX. Entre 1900 e 1930 mais de um milhão de portugueses emigrou para o Brasil e EUA e entre 1910 e 1914 outros 300.000 portugueses foram para terras brasileiras.

A República como a Monarquia  a esses mesmos emigrantes portugueses nada lhes dizia!
Agora, em 2016, o que está ocorrendo em Portugal? Dois partidos políticos principais - o PS e o PSD/PPD, têm vindo a alternar os diferentes governos após o Período Revolucionário em Curso - PREC, iniciado com o golpe militar de 25 de Abril de 1974 e que culmina com os acontecimentos do dia 25 de Novembro de 1975 e seguidos da aprovação da Constituição Portuguesa, em Abril de 1976!

O PREC - PROCESSO REVOLUCIONÁRIO EM CURSO, pretendia conduzir Portugal, "rumo ao Socialismo" e esse mesmo PREC, foi travado com os acontecimentos ocorridos a partir do 25 de Novembro de 1975, em que governos do PS e do PSD/PPD conduziram o país dentro duma perspetival socialista e neoliberal, temos agora em 2016, uma coligação partidária formada por toda a esquerda portuguesa. Experiências - socialista e neoliberal provaram sucessivos fracassos e excessos em termos de governação, trazendo o país para uma situação de miséria e de decadência. Agora uma nova experiência política vai ter a oportunidade de provar ao Povo Português de que vai estar no rumo certo para o progresso económico e social de Portugal e dos Portugueses! 


De facto e ao longo da História de Portugal, o povo português tem vindo sucessivamente a passar e de maneira alternada por diferentes regimes políticos, culminando com a anterior governação neoliberal PSD/CDS, e daí resultando a confirmação de que aqueles regimes políticos fracassaram, contudo, a Constituição da República Portuguesa, contempla três áreas distintas ou seja: os sectores público, privado e cooperativo, SENDO EXTRAORDINÁRIO O SILÊNCIO EXISTENTE SOBRE o setor cooperativo por parte do Governo; Oposição e Comunicação Social! Trata-se de um novo fenómeno digno de análise e aprofundamento.

Está demonstrado que o povo português já vivenciou e sofreu três experiências distintas após o 25 de Abril de 1974, a primeira foi com o PREC - Rumo ao Socialismo; a segunda com a social-democracia defendida pelo PS e finalmente com o PSD/CDS, uma experiência neoliberal que primou principalmente pela insensibilidade ou falta de humanismo, onde apenas contou o economicismo na defesa de um capitalismo selvagem e desrespeitador das mais elementares regras que são o direito ao trabalho e a uma dignidade social do trabalhador.

Ao Povo Português apenas resta desenvolver a necessária vivência e ter as experiências próprias de um estado de direito democrático e tornado cooperante e cooperativo, segundo o que permite a Constituição da República Portuguesa, VAMOS, PORTANTO, TORNAR PORTUGAL NUM ESTADO COOPERANTE E COOPERATIVO.

Temos vindo a estranhar a ausência ou omissão no que se refere na Constituição da República Portuguesa – precisamente o Artigo 61 que contempla o sector cooperativo e social. Um estranho silêncio tem vindo a envolver o referido Artigo 61, tanto por parte da Comunicação Social, como por parte dos políticos das diferentes áreas partidárias e principalmente pelo próprio Governo que em nada fala e ou em nada se pronuncia, como se de facto o Artigo 61 da CRP, não existisse e apenas fizesse alusão aos sectores público e privado como sendo os únicos existentes na lei máxima portuguesa!

Naturalmente que o Partido Socialista está presente naquele “estranho” esquecimento do Artigo 61 da CRP! O que é de lamentar, pois, ao longo da nossa História, aquele mesmo partido político foi sempre um defensor honesto da doutrina do cooperativismo que o nosso ilustre António Sérgio de forma tão enérgica defendeu e aprofundou!
  

Efetivamente, tem o Partido Socialista uma oportunidade única, agora no ano de 2016 e em Portugal vir a desenvolver uma nova estratégia que venha a contribuir para o RENASCER DA ESPERANÇA de milhões de Portugueses, nomeadamente aqueles que estão no desemprego de longa duração e cujas esperanças de ter uma vida digna, de esperança, e de felicidade, poderá, conforme dissemos, o Partido Socialista vir a dinamizar o Artigo 61 da CRP, criando condições para que milhares de portugueses venham na base da doutrina do Cooperativismo criar novas empresas e com elas empregos que irão tapar o enorme buraco social e económico originado pelo anterior governo português, corrigindo todas as malfeitorias que foram  então praticadas!

Essa extraordinária acção poderá ser iniciada por uma formação cooperativa, pedagógica e técnica de milhares de portugueses e portuguesas, criando novas condições para um diferente desenvolvimento económico e social, convindo então“recordar” de que chegámos à Índia sem bússola” (cito o Professor Adriano Moreira) e agora no Século XXI, igualmente poderemos vir a fazer renascer a Esperança para alcançar uma nova sociedade mais nobre, justa e feliz!

  Será através dos diferentes países que compõem a Comunidade Lusófona e na base da língua portuguesa e na convergência de interesses políticos, culturais, científicos e económicos de todos que poderemos desenvolver e expandir um verdadeiro projeto estratégico geoeconómico e político.

Portugal como plataforma mundial de convergência terá de desenvolver, nomeadamente a sua marinha mercante, as suas pescas e consequentemente a sua indústria naval e as suas vias de comunicação terrestre com a Europa e sobretudo, além de desenvolver a agropecuária e as indústrias agroalimentares, deve igualmente desenvolver a sua atividade científica, nomeadamente na exploração oceânica, aliando-se a um estratégico desenvolvimento da indústria do Turismo e finalmente na área das novas tecnologias, passando pelo desenvolvimento das energias alternativas e indústrias estratégicas, onde a indústria espacial será importante, nomeadamente nas suas componentes ligadas à informática e à eletrónica!

Os conceitos de cooperativismo e de cooperação são efetivamente distintos, mas na realidade complementam-se distribuindo-se noutros novos conceitos ligados ao humanismo; universalismo; evolucionismo; municipalismo e ecologismo; democracia representativa e participativa e nesta nova perspetiva os conceitos de universalismo; humanismo e evolucionismo estão por sua vez relacionados com concepções associadas ao espiritualismo e espiritualidade humanas, tendo como bases a defesa do princípio da Evolução fundamentada na reencarnação ou nas vidas sucessivas, onde e nos planos racional e científico fica provado de que a Morte Não Interrompe a Vida e a Vida Existe Fora da Matéria! 
  

 A Doutrina da Cidadania Social  Cooperativista vai-se inspirar efetivamente em todos aqueles esquemas ideológicos que a própria Filosofia ao longo da História da Humanidade tem vindo a desenvolver. Aqui e objetivamente teremos de juntar àqueles diferentes conceitos um fator de ordem básica que é precisamente a Ciência representada por todos os seus ramos científicos e técnicos e à Ciência deverá ser junta a própria História particularizando ou generalizando os diferentes e imensos eventos ocorridos ao longo da vivência humana neste planeta, devendo ser os mesmos estudados e comparados e daí extraírem-se as devidas ilações para utilização e benefício da Humanidade!
                                                                                                                          

A forma institucional da Doutrina da Cidadania Social  Cooperativista apresentada e desenvolvida no meu livro – “Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império – Uma Nova Perspetiva Social” publicado pela Chiado Editora  irá ao encontro de propostas vindas tanto das esquerdas como das direitas do leque alargado do espetro político que visam fundamentalmente o bem-estar e o desenvolvimento de uma dada comunidade regional, nacional ou internacional.

 Na sua componente ideológica e a par das diferentes propostas apresentadas aquela igualmente defenderá sempre a implementação e desenvolvimento de todas as iniciativas e empreendimentos que visam a prática de uma doutrina cooperativista e cooperante ou seja: o cidadão poder exercer democraticamente a sua ação de cidadania social Cooperativa e onde o Voluntariado assume uma posição de relevância social!

Fundamentados nestes mesmos princípios orientadores da Doutrina da Cidadania Social Cooperativista teremos toda a vantagem em corporizar a sua natureza e estrutura num “Movimento Cívico”, no qual se poderão associar pessoas verdadeiramente interessadas em “cooperar” para a criação de uma nova ordem económica e social num espaço puramente cooperativo que possa vir a ser a pedra basilar de uma sociedade verdadeiramente espiritualista, solidária e empenhada no desenvolvimento de novos valores para o progresso material e espiritual da Humanidade.


Uma vez chegados até aqui, dispomos finalmente dos elementos necessários que vão permitir a criação de uma ideologia a que achámos por bem chamar – Doutrina da Cidadania Social Cooperativa que tem como suportes quatro pilares que são: a Sobriedade; a Solidariedade; a Cooperação e a Espiritualidade.

Princípios espiritualistas mais avançados apontam para realidade espiritual do ser humano e que justificam plenamente uma alteração drástica perante os grandes, graves e dramáticos problemas quando nos referimos às consequências originadas pelas economias consumistas que estão delapidando rapidamente os recursos naturais do planeta que são limitados e que a espécie humana está consumindo, daí a plena justificação de uma Acão ecológica a nível global que urgentemente terá de ser implementada!

Nada de novo foi inventado e o ser humano de forma sábia e consciente compreende e segue de forma racional e progressiva as lições e os exemplos extraordinários que a Natureza através das suas leis tem vindo a imprimir desde a formação do planeta e dessa mesma ação surgiu a manifestação multidiferenciada orgânica e inorgânica na Terra.

 No caso específico do ser humano ao nascer neste mundo físico vai naturalmente ser submetido a uma iniciação adequada à sua formação e desenvolvimento estando este último sujeito a quatro fases vivenciais que compreendem em sentido evolutivo a infância; a juventude; a maturidade e finalmente a velhice, o que surpreendentemente poderemos   comparar na respetiva ordem natural à Primavera; ao Verão; ao Outono e ao Inverno! Todas as fases da iniciação por que passam os seres humanos compreendem sempre a sua formação física e o seu desenvolvimento que vai contemplar diferentes campos existenciais. Na realidade e no que se refere à formação hipotética de uma nova figura institucional de um futuro Partido Político igualmente poderemos considerar que o respetivo militante irá ter uma iniciação em conformidade com a natureza e estruturas ideológicas do referido Partido, passando por uma fase de formação cívica; política e de militância. Conforme afirmámos inicialmente e no campo cívico/moral o iniciado militante deve assimilar e praticar os quatro princípios básicos já referidos que são exatamente – a Sobriedade; a Solidariedade; a Cooperação e finalmente a Espiritualidade, sendo este último princípio correspondente ao Inverno da vida do ser humano – estação onde aquele atinge a plenitude do seu desenvolvimento intelectual e espiritual.


 Eis, pois uma boa conclusão ao seguirmos o exemplo da Mãe Natureza, aplicando a mesma orientação seguida por aquela num novo modelo ou figura institucional de um dado partido político, indo buscar a história; a cultura do respetivo país, inspirando-se no caso de Portugal nas suas históricas e nobres Ordens Religiosas Militares, restaurando mesmo o espírito da Ordem de Cristo e insuflando-o nas mentes jovens portuguesas, desenvolvendo o amor-pátrio e mobilizando-as numa causa superior da Nação como objetivo máximo e conducente ao desenvolvimento material e espiritual de Portugal e nessas mesmas bases desenvolver então um projeto de Lusofonia integralmente virado para a cooperação e solidariedade com todos os países que falam a língua portuguesa e daí dando razão ao grande poeta Fernando Pessoa que afirmava que “ A minha Pátria é a Língua Portuguesa!”


 De facto, nós Portugueses dispomos de material riquíssimo que nos poderá permitir desenvolver uma nova perspetiva de vida, partindo de novas premissas completamente soltas, livres de cansadas ideologias ortodoxas, onde poderemos optar por uma nova economia de autossustentação em que a importância do “lucro” passa a um plano inferior substituído por novos ideais de vivência e desenvolvimento sociais onde princípios como a Solidariedade; a Sobriedade; a Cooperação e a Espiritualidade serão os pilares fundamentais de uma nova ordem social, política e económica que fundamentada no conhecimento científico iremos alargar a nossa compreensão do Universo na importante busca de conhecê-lo e sobretudo de nos conhecermos a nós próprios como entidade vivas, inteligentes e formadas por corpo e espírito, buscando, assim conhecer finalmente a verdadeira razão da nossa origem e o porquê da nossa existência no contexto universal!


Jacinto Alves