segunda-feira, 25 de junho de 2012

A MAÇONARIA E A MINHA EXPERIÊNCIA PESSOAL

                               
                                                                           

                          Não será fácil expor de forma sintética as consequências directas e indirectas que uma Filosofia do Conhecimento – que se chama Maçonaria e apresentar a minha experiência pessoal – é certo que já lá vão mais de 10 anos em que eu fui iniciado nas lides da Maçonaria – o tempo passou depressa – talvez depressa de mais relativamente ao muito que um Maçom tem de aprender.

                          Perguntamo-nos ?  Que consequências tive até hoje sobre a minha experiência na Arte Real ? Tenho de reconhecer de que a Arte Real nos transmite ilimitada Sabedoria e cultura – essa é uma realidade que eu reconheço na vida de um Maçom -  Cultura !  Cultura da Simbologia e cultura geral !

                          Penso de que a aquisição de Cultura no seu aspecto mais elevado e nobre é uma consequência directa de ser Maçom !

                          Outras consequências importantes: -    De ordem moral;  científica, e   espiritualista !

                          Também temos de Ter em consideração o facto de que os efeitos ou consequências acima aduzidas devidas ao estudo e prática da Maçonaria, quer a azul ou simbólica, quer a de Altos Graus, os resultados, alguns, muito poucos, notam-se quase que imediatamente, mas, os mais importantes só se irão verificando com o passar dos anos e por vezes, passados muitos e muitos anos !

                          Eis as razões porque considero difícil ser-se verdadeiramente Maçom !


                          Uma das consequências ou efeitos que a Maçonaria exerceu na minha pessoa, foi a minha elevação ao 4º Grau -  Mestre Secreto. Este notável Grau Maçónico deixou-me bastante impressionado. Fez-me reflectir: Ser portador e responsável pela “Chave de Marfim” levou-me a rever a minha postura perante a sociedade maçónica e profana – O “ Segredo” -  A Prudência e o Sigilo são as recomendações que me foram comunicadas pelos Meus Irmãos Maiores. E interessante é verificar-se de que eu ao aplicar essas regras de Prudência e Sigilo na prática maçónica, reflecti, e porque não ? Aplicá-las igualmente na vida profana ? E assim o fiz !

                         Compreendi de que o ser humano na vida real do dia a dia se for prudente e sigiloso naquilo que fala e naquilo que pratica – evita o sofrimento, desilusões e contrariedades e contraria a tendência para a vaidade!  Grande lição da vida !  Mas, outra descoberta surpreendente me surgiu !! Devido à disciplina imposta a mim mesmo, descobri que no plano físico, moral e psicológico passei a sentir uma grande tranquilidade interior e um bem estar físico, parecia que a Mãe Natureza beneficiava aqueles que seguiam estas práticas !  Bem haja, o 4º. Grau !

                  
                         Naturalmente, que ao longo da minha ainda curta caminhada maçónica foram surgindo novas situações situações essas que convergiam para o plano do idealismo – idealismo ligado em querer contribuir com o meu trabalho e até com os meus recursos materiais para o bem comum. Por exemplo: criar ou contribuir para a formação de instituição destinada a apoiar pessoas carentes, nomeadamente, crianças, idosos ou mães solteiras ! Ou ainda outro tipo de associação destinada à pesquisa  científica para a cura de doenças que afectam tantos seres humanos !

                          Estes são alguns exemplos, mas há mais e tão importantes como os já citados ! Vejamos: O Filantropismo! O Humanismo !  A Solidariedade ! Etc, etc !. Nós, e no meu caso pessoal tenho de reconhecer que quando me tornei maçom, senti-me naturalmente atraído para esse vasto universo de actividades, o que me levou já à iniciativa de alguns modestos empreendimentos ! E, espero, dar-lhes continuidade no presente e no futuro.

                         Mas, como se costuma dizer: não só do pão vive o Homem !


          No vasto universo da Maçonaria existem outros campos, onde eu, como maçom fui conduzido! E a propósito disso sou levado a destacar o Grau 14º - Grande Eleito, Perfeito e Sublime Maçom. O conhecimento deste Grau impressionou-me imenso devido às suas características iniciáticas. – É o grau onde começa a despontar verdadeiramente o real sentido da Espiritualidade. Este Grau assinala o final do período salomónico, constituindo o último Grau da “Antiga Maçonaria” vinculada à construção do Templo de Salomão e transmitida  aos Perfeitos e Sublimes Maçons ! Eles conheceram e viram a “ LUZ”.  LUZ que lhes permitiu conhecer a VERDADE !  Essa Luminosa Energia – Energia Divina. Eles Maçons, descobriram que eles próprios podiam por vontade consciente e graças à sua esclarecida Espiritualidade atrair para si essa Sublime e Luminosa Energia irradiada por Deus, tomando consciência  de que cada ser humano era portador de uma “Arca” e que por si só e em contacto directo e pessoal podia estabelecer uma “Aliança” com Deus.



                        Espiritualidade.

           Na verdade Espiritualidade reparte-se por  Fé;  Esperança  e Caridade.

                        A Espiritualidade no ser humano não pode ficar restrita a palavras; é indispensável a acção, seja pelo exercício, seja pelo estudo ou pelo exemplo, sempre há-de aparecer uma forma prática de externá-la. No Grau 18º. Cavaleiro Rosa-Cruz, como conclusão minha, inicia-se esta prática.

                        Na minha ainda modesta caminhada na senda iniciática, ao chegar a este Sublime Grau, senti-me tocado profundamente -  Este Grau representa para mim elevada  expressão da Espiritualidade do Homem. É no Grau 18º que começa a delinear-se de forma precisa uma maior sensibilidade espiritual por parte do Maçom, a que eu chamaria de INTUIÇÃO -  é através da INTUIÇÃO que o Maçom está apto a captar essa LUZ DIVINA, estabelecendo contacto espiritual com o Grande Arquitecto do Universo  - faculdade desenvolvida tão importante para o Maçom quando este a a sabe aplicar no curso da vida e em conformidade com as Leis da Mãe Natureza.


                         E aqui poderemos concluir e mercê da minha experiência pessoal, poderei afirmar que o maçom sem Espiritualidade, jamais poderá chegar à LUZ !


                         Naturalmente que não será possível rumar para novos a mais altos Caminhos da Alta Maçonaria se não dermos prosseguimento ao estudo, reflexão e prática da Espiritualidade.


                          A nosso ver, pensamos que a Humanidade sempre se governou e deixou-se governar por duas correntes do Pensamento Humano – a corrente Aristotélica e a corrente Platónica. Por outras palavras: o materialismo e o Espiritualismo nas suas diferentes vertentes. A própria Maçonaria ao longo dos séculos se tem debatido no seu seio com diferentes e até contrárias correntes de opinião e prática. Ao olharmos o universo maçónico a evidência dessa realidade é bem flagrante!!! Contudo, o Maçom é um Homem Livre e de Bons Costumes, respeitemos o seu Livre Arbítrio no sentido de bem conduzir o seu Destino !


                         Estas reflexões enquadram-se perfeitamente no Grau 30º. Cavaleiro Kadosch.  E é interessante notar de que este avançado Grau da Alta Maçonaria faz-me lembrar o 2º Grau – Companheiro que devido às suas afinidades no que se refere às Ciências e às Artes Liberais;

                         No 1º Grau – Aprendiz,   o iniciado aprende a desbastar a “Pedra Bruta”, ou seja: a eliminar e a corrigir os seus defeitos e vícios, mas já no 2º Grau – Companheiro, embora de forma mística e simbólica lhe chegam alguns conhecimentos por via hermética  ou seja – o conhecimento da sua natureza psíquica no que se refere ao prolongamento dos seus cinco sentidos  físicos;


                         Não é pois de estranhar que no 30º Grau – Cavaleiro Kadosch, vamos encontrar uma situação similar, mas com maior desenvolvimento em que a componente científica é um factor importante do próprio desenvolvimento do Grau 30º.

                         Pensamos que o Grau 30º. Cavaleiro Kadosch, é detentor de uma forte influência templária – com base em alguma investigação documental realizada por nós – os Templários eram portadores de conhecimentos de âmbito espiritual de elevada importância – conhecimentos esses relacionados com a sua capacidade mental de atrair individual ou colectivamente essa Sublime Energia Luminosa dimanada de Deus – fenómeno a que faço referência nos Graus 14º. e 18º.  Historicamente, a Nossa Santa Isabel de Aragão e Rainha de Portugal, casada com El Rei D.Dinis, institucionalizaram em Portugal o Culto do Divino Espírito Santo, anteriormente trazido pelos Templários para o Reino de Portugal, Culto esse ainda hoje praticado em algumas regiões de Portugal Continental e nomeadamente nos Açores. Sobre esta fascinante matéria poderíamos demoradamente alongarmo-nos. Mas, fica, talvez para um trabalho de investigação futuro !


                         Nos Graus 14º ; 18º. e 30º.  os nossos estudos e reflexões permitiu-nos chegar a algumas conclusões práticas sobre algumas das implicações ou consequências que a Maçonaria, nomeadamente nos Altos Graus, podem trazer para o Maçom estudioso, sério e empenhado: O desenvolvimento de algumas das suas faculdades extra-sensoriais a destacar:  a faculdade de INTUIÇÂO e a faculdade de VIDÊNCIA !  Todo  o Maçom ESPIRITUALMENTE esclarecido tem acesso natural a essas faculdades do espírito humano.

                          Dentro da linha de pensamento que vínhamos a desenvolver fugimos à questão central no estudo do Grau 30º. Cavaleiro Kadosch   e queríamos terminar dizendo o seguinte:


                           Segundo as minhas conclusões  e com consequências directas, permite ao Maçom aproximar o pensamento aristotélico – ou seja a via científica da via mística/maçónica e espiritualista – a componente científica do Grau pode de forma tranquila harmonizar-se com o seu oponente místico espiritualista. Há um ditado antigo que diz: “É preciso viver a vida material par a par com a vida espiritual ”ou seja , segundo o cisterciense Joaquim de Flora, atinge--se a “ Plenitude Intelectus “ e  só assim o Homem poderá encontrar O EQUILÍBRIO ALQUÍMICO para prosseguir a sua Infinita Jornada rumo ao Grande Arquitecto do Universo;

Por outro lado há outra componente importantíssima neste Grau, o Cavaleiro Kadosch pela santidade do seu Grau é um pastor vigilante das almas ignorantes, deve conduzir e esclarecer espiritualmente as pessoas e promover a união fraternal e tornar a sua vida a sua própria missão como um sacerdócio. No nosso caso pessoal e face a este Grau, pensamos em imprimir à nossa vida uma nova direcção, ou seja e através do Voluntariado prestar serviço de solidariedade em favor daqueles que dela são carentes.

                                                                                                                                    

Sem comentários:

Enviar um comentário