domingo, 3 de junho de 2012



Projecto Quinto Império



Ao pensarmos da idealização do Projecto Quinto Império, foi feito com a ideia objectiva de que Portugal atravessa no início da segunda década do Século XXI, uma crise histórica de identidade, cuja natureza e pelas suas características poderá ser considerada diferente e única em toda a sua história ao longo de quase nove séculos, tratando-se efectivamente da nação mais antiga da Europa quando nos referimos às fronteiras geográficas estabelecidas pelo primeiro Rei de D. Portugal, D. Afonso Henriques !

No livro – Portugal A Missão que Falta Cumprir, da autoria dos escritores e investigadores – Eduardo Amarante e Rainer Daehnhardt, este último autor diz-nos a dado trecho: - “ . . . Penso que nós vamos caminhar para uma situação o de catástrofe geral, planetária, em que se irão confrontar pela última vez as grandes forças materiais, bélicas, capitalistas, financeiras. Nesta situação dramática, global, não existe nenhum povo mais bem preparado do que o povo português para encontrar soluções para a convivência pacífica de homens de raças, cores, credos e origens diferentes.

O povo português é o povo mais bem preparado para uma pureza filosófica de convivência em comum e para uma espiritualidade sã, desligada de hierarquias religiosas, onde o entendimento seja de irmão para irmão, numa irmandade comum em que se possa construir um mundo de grande beleza e de grande profundidade de sabedoria. O espírito do amor e de universalismo que animou os descobrimentos portugueses será de grande utilidade para a humanidade do futuro.

De facto esta reflexão do escritor e investigador Rainer Daehnhardt, leva-nos igualmente a reflectir sobre várias questões relacionadas com a História do Povo Português, onde em diferentes fases dessa História parecem repetir-se certos acontecimentos sobre os quais poderemos dar um rápido exemplo como a situação económica (1699-1782) social e política existentes no tempo do consulado do Marquês de Pombal portanto durante o reinado do Rei D. José I – 1699-1782) que era nessa altura extremamente negativo e até dramática, tendo sido necessários a ocorrência do Terramoto de Lisboa, em 1755 e o governo despótico e esclarecido de Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro duque de Oeiras e o primeiro marquês de Pombal, para dar término à vida desenfreada, consumista e indisciplinada por grande parte da nobreza de então e
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pondo finalmente cobro ao domínio fundamentalista da Igreja, representada pela Companhia de Jesus, nomeadamente a nobreza portuguesa que vivia num constante fausto e estando o povo vivendo numa situação de atraso crónico, sofrível e de miséria. Foi por via das consequências terríveis do Terramoto de Lisboa de 1755 e da imposição governativa dura e implacável do Marquês de Pombal, o braço direito do Rei D. José I, que Portugal veio a conhecer uma nova era de desenvolvimento económico e social, inserindo-se portanto no seio das nações civilizadas da Europa de então ! Tudo isto se passou durante parte do Século XVII e XVIII.

Agora que estamos atravessando a segunda década do Século XXI, mais uma vez a História repete-se embora com outros cenários, mas que a acção central continua igual a si própria, observando-se que parte da população portuguesa tem vindo a viver uma vida acima dos seus próprios recursos, enormemente viciada no consumismo, onde se têm vindo a destacar algumas classes sociais, nomeadamente na área dos empresários e assim como nos mais altos responsáveis públicos, governantes e políticos;

Grupos de oportunistas, corruptos e vendidões da Pátria, têm vindo após o 25 de Abril de 1974, a infestaram a sociedade portuguesa, enfraquecendo-a e diluindo-a nos seus mais altos valores morais que sempre deram os necessários alicerces para que Portugal fosse sempre uma nação de ilustres, notáveis homens e mulheres que souberam dar ao mundo novos mundos ! Agora, políticos altamente comprometidos com o grande capital que domina o mundo e por decreto determinaram a abolição pura e simples do 1º. De Dezembro de 1640, a Restauração de Portugal do domínio de Espanha e do 5 de Outubro de 1910, a implantação da República Portuguesa ! Ao que chegámos ! Meus Amigos !

Portugal até ao Século XVI, foi uma nação liderada por reis iniciados, foi portanto uma nação templária, onde o espírito da Ordem dos Templários e mais tarde pela Ordem de Cristo, herdeira e continuadora da Ordem do Templo, permaneceu forte, influente e norteador e esse mesmo espírito templário ainda perdura na alma colectiva do povo português, sendo apenas necessário despertar os Portugueses para essa extraordinária realidade !

O nosso saudoso e grande filósofo Agostinho da Silva, afirmava-se defensor do Culto do Espírito Santo ! E nós agora poderemos vir a consideramo-nos a Irmandade dos Cavaleiros Defensores do Quinto Império da Ordem de Cristo, Restaurada e consequentemente herdeiros e continuadores da nossa histórica e gloriosa Ordem de Cristo !
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Diríamos que o místico Quinto Império está intimamente ligado à própria História de um povo que é o português. Na verdade nós somos um povo que detém algo diferente dos outros povos do mundo, principalmente devido à intensa convivência e troca de experiências e conhecimentos que tivemos num passado ainda não muito distante com outros povos dispersos pelo mundo com diferentes culturas, religiões e hábitos sociais e morais !

A realidade espiritual e histórica do povo português não pode continuar a ser ocultada e à mercê de outros interesses completamente estranhos à sua natureza e sensibilidade. Sem dúvida que os Cavaleiros Templários exerceram uma enorme influência no plano religioso sobre os reis das dinastias afonsinas e de aviz. Sabemos perfeitamente que os Templários seguiam de forma secreta a Igreja de João em oposição à Igreja de Pedro e esse facto está traduzido histórica e exuberantemente no Culto do Espírito Santo, uma corrente religiosa cristã que teve a sua origem e fundação por parte de Joaquim de Fiore.

Perante estes factos, o povo português ao longo dos séculos da sua História tem trazido em si algo que poderemos considerar como uma “singularidade” que poderíamos denominar como “um espírito de missão” ! Missão essa que os nossos grandes poetas, nomeadamente Luiz de Camões que na sua belíssima estrofe em os “Lusíadas” canta: - “ Aqueles que por suas obras valerosas, se vão da lei da morte libertando.”

O que significa tão profundo pensamento poético ? Luiz de Camões tinha um conhecimento muito preciso do significado da vida espiritual e tinha consciência do que era “ a vida fora da matéria” e consequentemente sabendo da existência do espírito humano e da sua necessidade intrínseca de evolução feita na base de: - “Aqueles que por suas obras valerosas . . . “

É na Península Ibérica que 29 anos a.C. Os povos lusitanos antepassados dos actuais portugueses começam a revelar uma tendência mística e espiritual para um deus denominado: - “ Endovélico”, o deus da saúde pública e segurança que nos seus templos era contactado através de pitonisas (hoje, chamados médiuns) e que por seu intermédio eram dadas respostas aos pedidos dos seus seguidores, dando-lhes receitas para tratamento de doenças ou dadas soluções para os problemas que os implorantes apresentavam !

É interessante registar que o deus Endovélico dos Lusitanos na Idade Média passou a chamar-se de Arcanjo Miguel, passando a ser o Patrono de Portugal, tal como Endovélico era patrono dos Lusitanos !

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Desde já poderemos concluir que é através do deus Endovélico – Século 29 a.C. Que surgem os primeiros alvores da arte de curar – a medicina ! E com a Medicina nasce as primeiras práticas espiritistas realizadas pelas pitonisas (médiuns) surgindo assim o Espiritismo apresentado e desenvolvido por Alan Kardec (1857) e posteriormente por Luiz de Mattos, jornalista, escritor, homem de negócios, investigador e humanista de nacionalidade portuguesa que promove na base do espiritismo kardecista uma nova perspectiva do referido espiritismo fundamentada em princípios racionais e científicos e livres de quaisquer cargas de ordem religiosa ou mística e seguindo o método cartesiano, isto é: - aplicando as normas e princípios que orientam a Ciência. Com Luiz de Mattos, o Espiritismo alcança uma nova dimensão no seu próprio desenvolvimento (1910).

Se recuarmos no pretérito vamos ao tempo do reinado do Rei D. Dinis -(1261-1325) quando ele e sua consorte, a Rainha Santa Isabel, instituem em Portugal o Culto do Espírito Santo (1323). A questão posta quanto à origem do aludido Culto, historicamente há indicações precisas de que foi trazido pela nossa Rainha do reino de Aragão, sua terra natal !

A nossa Rainha conforme Jaime Cortesão, médico e historiador (1884-1960) nos afirma fora bastante influenciada na corte aragonesa pelo seu médico pessoal – Arnaldo Vilanova, médico hermetista, alquimista e teólogo, contrário à filosofia escolástica seguida pela Igreja de Roma – (1242-1311). Na questão das origens do Culto do Espírito Santo em Portugal, o mesmo Jaime Cortesão dá grande relevo ao proselitismo joaquimita dos franciscanos observantes continuadores de Joaquim de Flora;

Numa outra vertente quanto às origens do Culto em referência, está ligado o próprio S. Bernardo, abade de Claraval (em França) doutor da Igreja e monge cisterciense, sendo uma das personalidades mais influentes do Século XII – 1090-1153 e consequentemente intimamente ligado à Ordem dos Templários e posteriormente à própria Ordem de Cristo, ordem portuguesa fundada pelo Rei D. Dinis e herdeira e continuadora da Ordem do Templo em Portugal;

Segundo a ilustre escritora e poetisa Natália Correia – (1923-1993) Jaime Cortesão ignorou o veículo templário ideologicamente ligado ao Santo Graal que no Parsifal de Wolfran Eschenbch é guardado por Cavaleiros do Templo que no seu manto traziam como emblema a Pomba do Espírito Santo, tendo assim outra via de conexão ao Culto do Espírito Santo e assim e efectivamente a Igreja de João não poderá ser estranha àquele Culto e à ideologia dos templários e consequentemente da própria Ordem de Cristo !
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Salienta-se que, com os Templários e os monges cistercienses, estavam ligados a S. Bernardo que sendo o impulsionador da Ordem de Cister é igualmente mentor da Ordem do Templo oficializada pelo Papa Honório II, em 1129 e pondo em relevo que Joaquim de Flora - 1132-1202) - defensor das Três Idades – a do Pai, do Filho e do Espírito Santo, fora igualmente um monge da Ordem de Cister;

Com estes desenvolvimentos queremos fundamentar a importância que teve o Culto do Espírito Santo na formação, crescimento e consolidação de Portugal, tendo profunda e íntima ligação com a Ordem de Cister e nomeadamente o abade S. Bernardo, igualmente pertencente à Ordem Cisterciense ! Queremos igualmente destacar numa pura perspectiva iniciática as similitudes ocultas existentes entre o Culto do Espírito Santo e o Racionalismo Cristão, a que nós denominaríamos de Doutrina do Quinto Império para o Século XXI. Essas mesmas similitudes ocultas a que nos referimos quando passamos à tradução da simbologia contida no Culto do Espírito Santo, como por exemplo: a Pomba Branca, como símbolo do referido culto, continuando na tradução da pomba simbólica, esta converte-se nas “famosas línguas de fogo” descritas no Velho Testamento ou ainda presentes em algumas pinturas famosas como por exemplo do pintor Grão Vasco !

Importante será associar essas mesmas “línguas de fogo” que são efectivamente o “Espírito Santo”, como uma forma de energia sublime que desce dos céus sobre os seres humanos como a luz e fluídos espargidos por Entidades ou Espíritos Superiores que das suas dimensões espirituais vão espargindo uma igual forma de energia que interagindo física, psiquicamente e espiritualmente com as pessoas por acção da sua força de pensamento virada para o Bem Comum, conseguem igualmente atrair essas extraordinárias formas de energia excelsa que cura e revigora os seres humanos, especialmente quando estes se encontram enfermos psíquica e organicamente e quando devidamente assistidos por pessoas conscientes e esclarecidas sobre as realidades da vida espiritual !

Diríamos que o Racionalismo Cristão é uma doutrina espiritualista, racional e científica muita avançada e situando-se além de qualquer perspectiva religiosa ou mística em relação à importância traduzida por uma corrente religiosa cristã que desde a formação de Portugal serviu de base à cultura e à espiritualidade dos Portugueses quando dos Descobrimentos que foi historicamente o Culto do Espírito Santo ! Naturalmente que a Doutrina Racionalista Cristã agora no Século XXI terá uma igual importância ou até maior relativamente à influência que teve o Culto do Espírito Santo nos Séculos XIV; XI e XVI em Portugal !
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E porquê tal perspectiva ? Simplesmente que numa nova perspectiva o Racionalismo Cristão poderá ir ao encontro das previsões do Poeta Fernando Pessoa quando se refere no seu poema Mensagem à terceira e última missão de Portugal no mundo que nos diz: - “Senhor, Falta Cumprir-se Portugal. “

Efectivamente embora a Doutrina do Racionalismo Cristão seja um movimento espiritualista, filosófico e científico que foi fundado em 1910, por dois ilustres Portugueses que foram Luiz de Mattos e Luiz Alves Thomaz, emigrados no Brasil e tendo como seu Patrono, o Padre António Vieira e para fundamentar esta importante ligação não existe documentação histórica, apenas poderemos admitir que houve uma intervenção espiritual de Vieira que como espírito superior e já liberto da matéria e apoiado fisicamente por Luiz de Mattos e Luiz Alves Thomaz, conseguiu transmitir mediunicamente o seu desejo que fosse implementado no Brasil uma doutrina espiritista e espiritualista que fosse ao encontro do esclarecimento da Humanidade quanto ao conhecimento objectivo da sua dupla natureza – a física e a espiritual e da razão da existência do Universo e de todos os seres nele existentes;

Contudo, no plano da documentação histórica existem provas de que o Padre António Vieira quando em vida física e no ano de 1661, escreveu uma importante obra denominada: - “História do Futuro” onde era desenvolvido um novo modelo universalista sobre uma nova sociedade – a sociedade futura do Quinto Império que teria como base fundamental o espírito e a espiritualidade humanas !

Autoria: - Jacinto Alves




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