segunda-feira, 12 de março de 2012



Contributo para a formação de uma nova doutrina de cidadania
A Doutrina da Cidadania social



A História tem-nos ensinado que regra geral a conquista do “poder” tem sido feita pela força das armas e, quando na ausência destas pela acção subversiva. Agora, a nova arma da conquista daquele mesmo poder chama-se Economia e é através da Economia que os poderosos deste mundo pretendem manter ou conquistar novas fatias do poder, dominando e explorando todos aqueles que lhes sejam mais fracos, sejam pessoas, instituições ou países e na actualidade esse poder materializa-se nos “mercados financeiros” representados pelas chamadas “agências de notação financeira”. De facto é através destes mesmas agências que os especuladores financeiros procuram estabelecer o seu domínio sobre pessoas e países !

A Europa tem necessidade urgente de se fazer representar por líderes e governantes que sejam activos, empreendedores e enérgicos na defesa dos interesses sociais e económicos das populações europeias, mas infelizmente essas mesmas entidades estão escasseando e os que estão no poder mostrando-se esquivos, hesitantes e pouco esclarecidos e com falta de vontade de lutar contra o domínio especulativo crescente que se vai irradiando, principalmente por intermédio das chamadas empresas ou grupos multinacionais que começam a polvilhar a superfície terrestre e estendendo tais como um polvo os seus ávidos tentáculos sugando a riqueza das nações !

Agora no Século XXI, o combate a travar contra os gananciosos, diríamos antes: contra os quatro cavaleiros bíblicos do Apocalipse da era actual que são os negociantes de armas; os agentes do terrorismo; os traficantes de drogas e finalmente os mais perniciosos de todos – os especuladores financeiros !

Ora se actualmente a grande ambição humana está na sua vivência material, sendo consequentemente os valores materiais que predominam surgindo como um autêntico deus o chamado vil metal (o ouro) que por sua vez se irá transformar num novo deus, o deus dinheiro, sendo efectivamente a conquista do poder, do prestígio e da riqueza e no mando que a maioria dos dirigentes (daqueles que são respectivamente os responsáveis pela vida e destino de milhões e milhões de seres humanos, orientando toda a sua atenção e esforços para o reforço crescente do materialismo reinante nas sociedades actuais, nomeadamente na Europa, principal impulsionadora da civilização no mundo, mas geradora de duas correntes do referido materialismo que são: - o capitalismo e o comunismo !



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A Natureza não dá saltos quando nos referimos à evolução desigual na Humanidade e que esta ao longo de milhares e milhares de anos de luta e sofrimento através da tentativa e do erro, foi aprendendo a compreender-se, conhecendo e interpretando gradualmente o funcionamento das leis naturais e imutáveis que regem o Universo.

No plano científico/espiritualista está hoje já comprovado de que A MORTE NÃO INTERROMPE A VIDA e que a VIDA EXISTE FORA DA MATÉRIA! Sabemos que tal realidade pode ser comprovada cientificamente e que a Humanidade é observada por um número incontável de entidades que na Terra já viveram em corpo físico !

O ser humano passa por sucessivas transformações na matéria orgânica de que é formado o seu corpo físico e por evoluções por parte da outra componente que é o espírito ou alma.

Enquanto o ser humano não se conhecer na sua composição espiritual e física de forma ávida e incansável estará na sua curta existência física a correr atrás das riquezas, dos gozos e dos faustos que a ilusão da matéria lhe vai proporcionando, mas quando se dá o desenlace com o fenómeno chamado morte tudo fica na Terra, riquezas, poder, prestigio levando apenas consigo os seus atributos espirituais que foi conquistando ao longo de uma reencarnação;

É nesta escola que é o planeta que temos a oportunidade de desenvolver esses mesmos atributos, força de vontade, disciplina, capacidade de reflexão, o amor, a amizade, a honestidade, o valor moral, o trabalho, a solidariedade, e tantas outras capacidades ou qualidades da alma humana !

O ilustre Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos, no seu interessante livro - “ Portugal –Ensaio conta a Autoflagelação, a dado trecho nos diz:


. . . Segundo a redução do bem-estar ao bem estar material, baseado no consumo de bens disponíveis no mercado, deixa de lado muitas dimensões da vida ( a espiritualidade, o cuidado, a solidariedade, os valores éticos) essenciais ao florescimento humano. Soa hoje menos absurda ou exótica a iniciativa de pequeno país budista entalado nos Himalaias, Butão, que, em 1972, decidiu criar UM ÍNDICE DE FELICIDADE INTERNA BRUTA (por analogia com o Produto Interno Bruto) para medir o desenvolvimento humano com base nos valores da sua cultura . . . “




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Nos países de grande desenvolvimento tecnológico no Ocidente, a filosofia social do bem estar do indivíduo tem vindo rapidamente a decair, isto devido ao sistemático e progressivo aumento do referido desenvolvimento tragicamente acompanhado por uma crescente degradação dos verdadeiros valores morais, históricos e culturais que definem e formam uma nação na sua célula mais representativa que é a Família ! O materialismo grassa de uma forma assustadora levando o ser humano a uma voraz procura do consumismo crescentemente incentivado pelas mais avançadas técnicas de publicidade fortemente apoiadas pelos diferentes e diversos agrupamentos e interesses económicos !

Pergunta-se: - Como sair desta situação ? Efectivamente o Professor Boaventura de Sousa Santos, na sua já citada obra, avança com interessantes soluções, dignas de serem estudadas porque elas apontam para perspectivas completamente novas, onde conceitos como: - Democratizar a Democracia; Descolonizar e desmercadorizar, são princípios absolutamente válidos para uma reflexão e desenvolvimento profundos.

O pensamento do Professor Boaventura Santos, está perfeitamente em consonância com a Doutrina do Racionalismo Cristão que é a Doutrina do Quinto Império no Século XXI que aponta para realidades do espírito humano e que justificam plenamente uma alteração drástica e nós diríamos revolucionária com início no presente e desenvolvimento no futuro perante os grandes, graves e dramáticos problemas quando nos referimos às consequências originadas pelas economias do consumismo que estão delapidando rapidamente os recursos naturais do planeta que são limitados e que a espécie humana está consumindo, daí a plena justificação de uma acção ecológica a nível global que urgentemente terá de ser implementada !

Com base nos princípios desenvolvidos pela já citado e ilustre investigador as democracias quer a representativa quer a participativa terão que vir a ter uma acção mutuamente conjugada e tendo como sustentação os princípios representados pelo Humanismo e pelo Universalismo que a Doutrina do Racionalismo Cristão de forma magnífica formula e dando origem a uma nova ideologia materializada numa doutrina com alguns fundamentos da filosofia cooperativista de António Sérgio, que poderá servir de fonte de inspiração para um mais amplo desenvolvimento do conceito de cidadania que numa pura operação de alquimia semântica nos poderá levar a uma nova fórmula de CIDADANIA SOCIAL, onde os tradicionais partidos políticos perdem grande parte da sua expressão dando lugar a um novo estatuto em que o cidadão comum assumirá uma maior e mais directa responsabilidade social, caracterizando-se e distinguindo-se pelos seus atributos que são: -

1 - A Força de Vontade;
2 - A Consciência de si mesmo;
3 - A Capacidade de percepção;

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4 - A Inteligência;
5 - O Poder de Raciocínio;
6 - A Faculdade de Concepção;
7 - O Equilíbrio Mental;
8 - A Lógica;
9 - O Domínio de si mesmo;
10 - A Sensibilidade;
11 - A firmeza de Carácter

São estes, pois, os atributos do cidadão, atributos que serão desenvolvidos ao longo das suas sucessivas reencarnações em corpo físico na aprendizagem nesta Escola a que chamamos planeta Terra, contudo, tal aprendizagem terá as suas bases através da Educação dos Jovens, mas para isso torna-se absolutamente necessário que a célula chamada FAMÍLIA, se mantenha sempre íntegra na sua grande missão em formar espíritos que no futuro virão a ser homens e mulheres de grande valor social, intelectual e espiritual dando origem à formação de uma nova sociedade, onde o factor espiritualidade será a expressão comum !

Surge a necessidade premente de em Portugal ser criada de uma nova doutrina de cariz ideológico que envolva simultaneamente princípios político/económicos de base espiritualista, onde o factor cidadania assume uma importância relevante e nomeadamente no que toca a uma nova divisão da sociedade que passaria pelo seguinte enquadramento social: -

1 - Cidadãos Infantes;
2 - Cidadãos Estudantes;
3 - Cidadãos Obreiros;
4 - Cidadãos Conselheiros.

Em conformidade com os princípios desenvolvidos pelo ilustre investigador francês Henri Durville, na sua notável obra – A Ciência Secreta - Segundo Volume – 1976 – Editora Pensamento – S. Paulo/Brasil, refere-se aos ciclos de vida do ser humano que são: a infância; a juventude; a maturidade e a velhice que por sua vez correspondem às quatro estações do ano – Primavera; Verão; Outono e Inverno !

Destacamos aqui no que se refere aos Cidadãos Conselheiros, ou sejam as pessoas idosas que correspondem à 4ª estação do ano - o Inverno, terão num futuro já próximo uma importância transcendente e o seu posicionamento social será decisivo para a estabilidade e desenvolvimento da nova sociedade que se avizinha !




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A palavra “revolução” em termos semânticos não poderá corresponder à nova realidade social do Século XXI para a definição desse novo movimento cívico terá de ser inventado um novo vocábulo que traduza inteiramente o significado do referido movimento – provavelmente será: -
além da revolução” ?

O velho espírito colectivo português que comandou as Descobertas e Expansão Marítimas dos Portugueses no mundo terá que ser despertado e o povo português terá que reflectir podendo chegar à conclusão de que as antigas, mas ainda decorrentes ideologias político/económicas estão chegando ao seu fim e a democracia tal como é conhecida e praticada tem igualmente os seus dias contados !

Diríamos que em termos bíblicos “ muitos serão os chamados, mas poucos os escolhidos “ porque efectivamente uma maioria serve-se da liberdade que a democracia oferece generosamente para darem azo à satisfação dos seus desejos e sentimentos mais primários e essas mesmas pessoas que são em grande número não oferecem condições morais para que possam viver numa sociedade com uma nova ordem económica e social que terá por suporte a espiritualidade !

Algo tem que ser alterado . . . Portugal tem que ser libertado dos grupos de corruptos nacionais e estrangeiros que infestam o país criando situações de exploração intoleráveis e invocando falsas razões para assim poderem espoliar e esmagarem o povo trabalhador ! A esperança é sempre a última a morrer ! Os verdadeiros Portugueses confiam nas suas Forças Armadas, sendo estas efectivamente como a História o comprova o verdadeiro baluarte na defesa da Identidade e Integridade da Nação Portuguesa !

Conforme afirmámos inicialmente a palavra “revolução” é insuficiente para que se defina e dê base de sustentação à nova doutrina da cidadania social e que permita alcançar determinados conceitos, tais como: espiritualidade; disciplina; solidariedade; ciência; estudo; raciocínio; voluntariado; cooperativismo; reencarnação; evolução; transformação e democracia participativa que irão dispor de uma posição marcante na sociedade do futuro, contudo, outros conceitos como – economia de mercado; livre iniciativa; comercialização; produção; industrialização, etc, serão mantidos, mas entretanto, passando por um rigoroso crivo onde os seus aspectos e consequências negativas terão que ser eliminados nomeadamente o materialismo e o consumismo, sendo estes dois componentes substituídos pela espiritualidade e pela sobriedade !

A Doutrina da Cidadania Social poderemos seguir o exemplo magnífico do povo do Butão ao estabelecer igualmente um “índice de felicidade interno Bruto !”


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Por outras palavras essa expressão “além da revolução” dos hábitos e formas de pensar dos portugueses terão de passar pelo desenvolvimento da democracia participativa, onde organizações administrativas e políticas designadas por - Municípios, Juntas de Freguesia e Condomínios, passando a figurar uma nova organização – a Comissão de Bairro e assim como movimentos cívicos; comissões de trabalhadores; Sindicatos e associações culturais, desportivas; científicas e de beneficência terão que vir a ter uma maior capacidade interventiva na vida do povo português !


Consequentemente a democracia participativa terá que ter uma maior influência e acção na vida da comunidade, mas por outro lado a democracia representativa, tal como a conhecemos hoje continuará a desempenhar a sua missão dentro das competências que lhe são conferidas pela Constituição Política da República Portuguesa, sendo no entanto adaptada à nova realidade social, onde o conceito de “lucro” irá sofrer profundas alterações face a um maior aprofundamento e abrangência da responsabilidade social das empresas .

Sobre a Doutrina da Cidadania Social, em alguns dos seus fundamentos poderemos ir buscar ao ao pensamento filosófico de António Sérgio poderão ser os seguintes:

Ser estabelecida uma remuneração média e desejável para cada cidadão, mas sempre obedecendo a princípios de equidade e que nos altos escalões sociais a nível de governantes, dirigentes e responsáveis de empresas em qualquer sector de actividade, as altas remunerações fossem escalonadas para níveis onde a sobriedade estivesse presente e aí estaríamos perante uma extraordinária realidade, realidade essa que teria profundas implicações sociais e económicas em termos de desenvolvimento e justiça social a todos os níveis dessa futura sociedade caracterizada pela cidadania social !


A mudança de postura dos diferentes agentes económicos, dirigentes, governantes e responsáveis em geral seria medida não pela crescente capacidade de aumentarem sistematicamente os seus proventos pessoais, porque na verdade a noção de responsabilidade não implica ter direito a receber mais dinheiro, mas sim assumir-se como uma pessoa verdadeiramente activa, dedicada e responsável e defendendo uma causa comum e com capacidade de realização e validamente interveniente no bem comum, face àquilo que representa a realidade da vida quer no plano material e nomeadamente no plano moral sempre numa perspectiva espiritualista da Doutrina do Quinto Império no Século XXI, que interpreta e defende.



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Haverá uma mais expressiva responsabilização por parte de cada cidadão numa sociedade que terá características de uma verdadeira IRMANDADE respeitadora de uma orientação e disciplina colectivas, onde o factores espiritualidade e evolução serão dominantes, naturalmente nunca se assumindo como comunidade religiosa e mística, mas sim, optando por uma forma avançada de espiritualismo humanista, universalista, sendo racional e científico e de inspiração cristã, existindo como forma nuclear no seu seio uma instituição denominada – Academia do Conhecimento, onde os Cidadãos Conselheiros irão desempenhar uma função social, espiritual e pedagógica muito importante e decisiva para a estabilidade, progresso e harmonia dessa mesma sociedade.


Em termos práticos poderemos comparar essa nova sociedade estruturalmente a uma ORDEM DE CRISTO RESTAURADA, onde os respectivos Cavaleiros se baterão pela conquista do Graal espiritual da Humanidade que é na verdade o conhecimento de que a Morte não Interrompe a Vida e a Vida existe Fora da Matéria !
Na História a experiência dela surgida ao longo dos séculos vai-nos permitir no início do Século XXI, pensar e admitir uma nova perspectiva sobre a viabilidade de um novo tipo de partido político fundamentado na História de Portugal e na sua cultura filosófica/espiritualista. Tal iniciativa poderia ser comparada a uma tentativa de restaurar a histórica Ordem de Cristo, como uma grande irmandade nacional embora sofrendo importantes alterações e obedecendo a orientações de ordem cívica, democrática, espiritualista e científica básicas e adequadas ao novo estatuto de cidadania;
Os seus militantes teriam por base um código de conduta cívico que iria obedecer a elevados padrões morais. Por outro lado esse mesmo Código de Conduta iria igualmente obedecer a um comportamento e a uma metodologia formativa e pedagógica próprios e com vista à correcção de defeitos, e maus hábitos que regra geral estão presentes no carácter de uma pessoa ignorante ou nada esclarecida ou pouco evoluída.

Certamente que o novo movimento cívico que a Doutrina da Cidadania Social vai gerar e que passaremos a denominar - “PENSAR O FUTURO – RENOVAR A ESPERANÇA, o qual, eventualmente poderá vir a dar origem a um novo partido político que teria carácter nacional e patriótico e com o objectivo superior de mobilizar os Portugueses para uma acção comum e colectiva. Seria criado um novo modelo económico/social consentâneo com os desígnios nacionais, estando o sistema de economia de mercado sujeito a novas regras, onde o conceito do TER (lucro) teria um novo posicionamento que seria equilibrado e equitativo valorizando-se o conceito do DAR ! Por outras palavras: - o ser humano passaria a viver as duas vidas – a material e a espiritual plenamente equilibradas entre si, trabalhando em benefício da sua colectividade e valorizando-se no plano intelectual e espiritual.
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Não será a social-democracia; o socialismo democrático ou os diferentes ramos do comunismo que irão vingar nessa nova ordem económica e social, realçando-se no entanto a importância na implementação de um regime de voluntariado sério e avançado e assim como na prática de um cooperativismo de inspiração sergiana, tornando possível a existência de uma via alternativa que iria dispor de uma base espiritualista/científica predominante no viver de cada militante, salvaguardando-se sempre a liberdade da economia de mercado integrada num capitalismo social, onde a livre iniciativa e a criatividade teriam uma missão importante a par do desenvolvimento da espiritualidade humana como elemento-chave na nova civilização do Século XXI.


A Doutrina da Cidadania Social, agora iniciado o seu estudo e segundo a nossa perspectiva terá de ter na sua “essência” o espírito de “cruzada”, o que na prática significará a elaboração global de um projecto de convergência de todas as forças
vivas e produtivas nacionais para a viabilização de uma economia auto-sustentável para Portugal, onde e nomeadamente nas áreas da pesca, da agro-pecuária e especificamente na exploração industrial dos nossos mares terão que ser incentivadas passando pela incrementação do turismo e valorização ecológica do ambiente português com o desenvolvimento da investigação científica, no aperfeiçoamento das indústrias em geral !

Não será demais salientar que agora no Século XXI, o Povo Português aparentemente perdeu a sua identidade histórica, essa mesma identidade que formou e consolidou uma nação de quase nove séculos de existência ! A Doutrina da Cidadania Social procurará reencontrar essa mesma identidade que continua presente, mas adormecida no espírito colectivo do Povo Português.




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