No prosseguimento das nossas reflexões sobre o estabelecimento de uma estratégia política para o MOVIMENTO CÍVICO PORTUGUÊS PARA A COOPERAÇÃO - MCPC , com a sua futura sede na Cidade do Porto, começa a ser-nos possível fazer novos desdobramentos sobre a definição e consolidação da Doutrina da Cidadania Social e para esse fim teremos de recuar historicamente no tempo e observar que desde a data do nascimento da nacionalidade portuguesa e ao longo dos séculos o povo português foi passando por diferentes experiências de ordem social, religiosa, espiritual, moral, económica e finalmente política ! Na monarquia vivemos e sofremos adversas etapas da vivência humana, umas mais primitivas, cruéis ou mais humanizadas, mas sempre repletas de grande sofrimento ! Naturalmente que o conceito de sofrimento numa perspectiva espiritualista e filosófica da Evolução, assume aspectos e direcçôes totalmente diferentes em relaçao àquelas outras perspectivas, originadas, por exemplo - pelas religiões ou ainda pelo positivismo materialista ! De facto a espécie humana ao longo das eras tem vindo a evoluir material e espiritualmente graças a essa alavanca que se chama sofrimento, sendo o sofrimento que tem vindo a obrigar o ser humano a reagir às diversas adversidades que o mundo físico tem vindo sistematicamente a impor - a necessidade de se alimentar, de se proteger do frio, abrigar-se dos elementos naturais implacáveis ou ainda na luta pela sobrevivência física contra as investidas de animais ferozes e predadores ou ainda defendendo-se dos ataques dos seu próprio semelhante o Homem !
Mas se avançarmos mais no tempo quando a República em 1910 destrona a Monarquia, poderemos abservar que de uma forma acelerada o povo português passa por sucessivas e tumultuosas experiências sociais, económicas e políticas !
A Monarquia em Portugal não caíu devido à força das ideias republicanas, mas sim ao descalabro do próprio regime monárquico ! O regime constitucionalista implantado em 1834 era formado por dois partidos monárquicos principais - o Regenerador e o Progressista. Em 31de Janeiro de 1891, ocorre a frustrada revolta republicana na Cidade do Porto que pretendia acabar com a Monarquia em Portugal e a resposta dos partidos monárquicos foi a de instalar uma ditadura que durou desde 1894 e 1896. Finalmente no dia 4 de Outubro de 1910, é implantada a República, seguindo-se 16 anos de turbulência partidária, política e instabilidade social e económica !
Os constantes atentados à bomba, conspirações e golpes militares, foram produzindo uma numerosa sucessão de governos ! Durante os 16 anos que durou a 1ª. República, o país conheceu 45 governos, não incluindo os indigitados !
Durenta o período entre 1910 e 1917, predominaram governos radicais do Partido Democrático, controlados por Afonso Costa e no período seguinte, sucederam-se governos conservadores que prepararam efectivamente as condições propícias para a emergência de uma ditadura que viria a surgir com a Revolução do 28 de Maio de 1926 !
Na 1ª. República surgiram ditaduras como as de Pimenta de Castro - 1915; Sidónio Pais - 1917-1918, para finalmente em 4 de Outubro de 1928, surgir a Ditadura do Estado Novo que iria durar desde 1933 até1974, portanto cerca de 41 anos e vindo a ser um regime político unipartidário, ditatorial e corporativista !
Convém salientar que a balbúrdia que reinava no país desde o início do Século XIX e que se agravou durante a 1ª. República fez disparar a desconfiança quanto ao futuro de cada cidadão, sendo neste período que ocorre uma das maiores vagas de emigração de todos os tempos, só tendo paralelo com a que ocorreu nos anos 60 do Século XX. Entre 1900 e 1930 mais de um milhão de portugueses emigrou para o Brasil e EUA e entre1910 e 1914 outros 300.000 portugueses foram para terras brasileiras. A República como a Monarquia nada lhes dizia !
Agora, em 2012, o que está ocorrendo em Portugal ? Dois partidos políticos principais - o PS e o PSD/PPD, têm vindo a alternar os diferentes governos após o Período Revolucionário em Curso - PREC, iniciado com o golpe militar de 25 de Abril de 1974 e que culmina com os acontecimentos do dia 25 de Novembro de 1975 e seguidos da aprovação da Constitução Portuguesa , em Abril de 1976 !
O PREC - PROCESSO REVOLUCIONÁRIO EM CURSO, pretendia conduzir Portugal, "rumo ao Socialismo" e esse mesmo PREC, foi travado com os acontecimentos ocorridos a partir do 25 de Novembro de 1975, em que governos do PS e do PSD/PPD, conduziram o país dentro duma perspectiva socialista/social-democrática , temos agora em 2012, um coligação partidária formada pelo PSD/PPD e CDS/PP, ambos de cariz conservadora e neo-liberal. As experiências - socialista e neo-liberal, estão provando claramente sucessivos fracassos e excessos em termos de governação, trazendo o país para uma situação de miséria e de decadência !
De facto e ao longo da História de Portugal, o povo português tem vindo sucessivamente a passar e de maneira alternada por diferentes regimes políticos, culminando agora e com o actual governação neo-liberal, o resultado e confirmação de que aqueles regimes políticos fracassaram, contudo, a Constituição da República Portuguesa, contempla três áreas distintas ou seja: os sectores público, privado e cooperativo, SENDO EXTRAORDINÁRIO O SILÊNCIO EXISTENTE SOBRE o sector cooperativo por parte do Governo; Oposição e Comunicação Social ! Trata-se de um novo fenómeno digno de análise e aprofundamento . . .
Está demonstrado que o povo português já vivenciou e sofreu três experiências distintas após o 25 de Abril de 1974, a primeira foi com o PREC - Rumo ao Socialismo; a segunda uma social democracia com o PS e finalmente agora com o PSD/PPD, uma experiência neo-liberal que prima principalmente pela insensibilidade ou falta de humanismo, onde apenas conta o economicismo na defesa de um capitalismo selvagem e desrespeitador das mais elementares regras que são o direito ao trabalho e a uma dignidade social do trabalhador.
Ao Povo Português apenas resta desenvolver a necessária vivência e ter as experiências próprias de um estado de direito democrático e tornado cooperativo, segundo o que permite a Constituição da República Portuguesa, VAMOS, PORTANTO, TORNAR PORTUGAL NUM ESTADO COOPERATIVO !!!
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