JACINTO ALVES
INTRODUÇÃO
A UM ESTUDO SOBRE
A NOVA ESCOLA DA
MAÇONARIA OPERATIVA
S. João da
Madeira, Ano de 2016 - Portugal
INTRODUÇÃO A UM ESTUDO SOBRE A
NOVA ESCOLA DA MAÇONARIA OPERATIVA
A Nova Escola da Maçonaria Operativa
Ao pretender iniciar esta minha análise ao Tema: “Introdução a
Um Estudo
Sobre a Nova Escola da Maçonaria Operativa” pretendo antes
de mais dar um especial realce ao emérito escritor e investigador das questões
ligadas à Simbologia; ao Mítico e ao Sagrado, com especial destaque
relativamente às suas investigações sobre a História Iniciática de Portugal,
estou-me referindo a Victor Manuel Adrião;
Victor Manuel Adrião
é um dos mais importantes defensores e divulgadores da Ordem de Mariz que fez
parte de uma Ordem Maior e que deve ter tido a sua origem na desaparecida Atlântida.
Esta mesma Ordem está igualmente relacionada com as Ordens dos Templários;
de Avis e de Cristo!
Victor Adrião, nas suas pesquisas desenvolveu um trabalho de análise
extremamente interessante sobre o Grau 30 – Cavaleiro Kadosh, do Rito Escocês
Antigo e Aceito. A doutrina contida no Grau Trigésimo - Cavaleiro Kadosh,
converge para dois princípios distintos, o primeiro situa-se na “Escola”
e o segundo no “Templo”, o que vem a significar
simbolicamente no primeiro o desenvolvimento do conhecimento científico, seguido do conceito do “Templo”, o
que representa a procura e desenvolvimento constante das virtudes ou qualidades
morais que acompanham a evolução do ser humano. Segundo o meu ponto de vista
pessoal, tenho de reconhecer de que há algumas particularidades afins entre o
2º. Grau Simbólico – Companheiro e o 30º. Grau Filosófico – Cavaleiro Kadosh!
Os princípios consagrados nos conceitos “Escola
e Templo”, projetam uma imagem representada por uma dupla escada
designada por - “Escada
dos Mistérios” e que dispõe de dois sentidos – um
ascendente e outro descendente, o primeiro refere-se à “Escola”,
onde diferentes conceitos de ordem científica são apresentados e no sentido
descendente ali estão consagradas as virtudes ou atributos do espírito humano
no seu longo processo de evolução realizado na sua descida ao planeta através
da reencarnação e da sua desencarnação e ascensão aos planos superiores
espirituais.
Dentro dos princípios da Ciência e da Espiritualidade
que caracterizam o Grau Filosófico do Cavaleiro Templário Kadosh, procurámos situar
a nossa reflexão numa área em que uma dada conceituação filosófica tivesse
prefeito enquadramento e esse mesmo enquadramento situou-se precisamente na
questão transcendente do Mito do Quinto Império do Padre António Vieira; de Fernando Pessoa ou
de Agostinho da Silva que a partir do ano de 1910, no Século XX, deixou de ser
um Mito para passar a ser uma doutrina espiritualista, profunda, vasta e
eclética, designada por Racionalismo Cristão que está servindo de base
fundamental à doutrina por nós, denominada - Doutrina da Cidadania Social, cuja
apresentação e desenvolvimento estão feitas no meu segundo livro “Ensaio Sobre
a Doutrina do Quinto Império – Uma Nova Perspetiva Social”.
Inspirados no Grau 30 – Cavaleiro Kadosh, fomos,
portanto, conduzidos a uma reflexão profunda sobre o significado prático
daquele mesmo Grau
Filosófico, o que nos
levou a planear um projeto literário que envolvesse uma trilogia sobre o tema - Reflexões Sobre a
Doutrina do Quinto Império – projeto
literário que se iniciou com o nosso primeiro romance “Operação: Quinto Império”,
onde introduzimos alguns novos desenvolvimentos relativamente à Maçonaria
Operativa no Século XXI e
finalmente no que diz respeito ao Mito do Quinto Império, fomos
procurar fundamentos à História
Iniciática de Portugal procurando converter aquele numa nova doutrina ideológica tendo por
base a espiritualidade e o conhecimento
científico e a essa mesma doutrina ideológica passei a chamar de Doutrina da Cidadania Social!
Essa
mesma espiritualidade e conhecimento científico foram encontrados de forma
justa e perfeita na Doutrina do Racionalismo Cristão, fundada pelos portugueses
Luiz de Matos e Luiz Alves Tomaz em 1910, na Cidade de Santos – Brasil. Luiz
José de Moraes Mattos Chaves Lavrador –
(1860-1926) natural de Chaves (Portugal) foi um ilustre maçom e grau 33º. Tendo
sido o fundador e codificador do Racionalismo Cristão. Ao longo da sua vida fez
uma aturada investigação sobre as diferentes religiões e movimentos filosóficos
que no decorrer dos séculos foram idealizados por entidades, tais como:
Krishna, na Índia e Hermes, no Egipto. Estes importantes expoentes do
espiritualismo, ambos defendiam o princípio da reencarnação e das vidas
sucessivas. Outras personalidades importantes foram igualmente estudadas por
Luís de Matos, como por exemplo o fundador do Espiritismo, Alan Kardek. Outros
grandes pensadores e filósofos foram também estudados, tais como: - – Buda;
Sócrates; Platão; Descartes; tendo de igual forma investigado doutrinas ligadas
à Cabala; à Teosofia; Hermetismo e Maçonaria e daí conseguir extrair uma
síntese para uma nova doutrina que inicialmente foi designada por Espiritismo
Racional e Científico Cristão, para mais tarde passar a chamar-se Racionalismo
Cristão, tratando-se, portanto de uma doutrina que não pode ser classificada
como religião, mas sim uma forma avançada de espiritualismo fundamentado em
princípios racionais e científicos, tratando-se na realidade de uma doutrina
profunda, vasta eclética.
Em
reforço destas nossas reflexões sobre a “espiritualidade” poderemos recuar ao
Século XIX e fundamentados em bases
históricas poderemos concluir que umas maiorias das sociedades ditas
iniciáticas nunca estiveram ligadas verdadeiramente ao mundo espiritual superior
por nenhum vínculo. Toda a sua organização administrativa foi sempre feita de
baixo para cima e com seleções sucessivas por eleição, inferindo-se assim que a
propalada fraternidade maçónica nada pode produzir para fortificar a sua
existência a não ser com cartas constitutivas e papéis administrativos comuns a
toda a sociedade profana enquanto as ordens verdadeiramente espiritualistas
baseiam-se sempre em princípios que descem ao plano terrestre vindo das
dimensões espiritualmente superiores. Papus fundou a Ordem Martinista a partir
do ano de 1884. Papus e os seus sem Companheiros foram animados pelo espírito
de investigação, pela especulação não dogmática que encontrava os seus
fundamentos num pensamento racional e científico.
É impossível compreender a essência do Martinismo de
todas as épocas, se antes não estabelecermos a diferença fundamental existente
entre uma Sociedade de Iluminados e uma Sociedade qualquer. Uma Sociedade de
Iluminados liga-se ao Invisível ou seja: liga-se às entidades espirituais
superiormente evoluídas habitantes das dimensões superiores existentes no
Universo e que têm por finalidade orientar e superintender a vida no nosso
planeta.
Na ordem Martinista os respetivos membros agiam sempre
em nome de Cristo e nas suas reuniões criavam as condições necessárias para que
entidades espirituais superiores se manifestassem resplandecentes de luz agindo
e falando ministrando ensinamentos elevados e tudo isso ocorria sem médiuns
adormecidos, sem êxtase, sem alucinações doentias numa clara demonstração da
ausência total de qualquer sectarismo religioso e até místico onde era sempre
predominante a orientação sob uma base racional e científica.
A partir do ano de 1910, do Século passado um notável
português, ilustre maçom do Grau 33º do REAA no Brasil fundou e desenvolveu uma
nova escola do espiritualismo superior denominado agora no Século XXI de
Racionalismo Cristão. No nosso segundo livro – “Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império,” procurámos desenvolver
uma nova perspetiva filosófica e espiritualista fundamentada nas implicações de
ordem social, política e económica como consequências diretas daquele mesmo
Racionalismo Cristão e que achámos por bem designar por – Doutrina da Cidadania
Social e cujos princípios doutrinários foram de imediato adaptados pela Nova Escola da Maçonaria Operativa!
A Nova Escola
da Maçonaria Operativa em seu conjunto é antes de tudo uma Escola de ética
e moral que se esforça em desenvolver a espiritualidade dos seus membros pelo
estudo do mundo invisível e de suas leis, pelo exercício do devotamento e da
assistência intelectual e pela criação em cada espírito de um conhecimento cada
vez mais sólido baseado na observação e na ciência.
A Nova Escola da Maçonaria Operativa
constitui uma base fundamental de espiritualidade; solidariedade; cooperação,
sobriedade e conhecimento espiritual e científico e daí razão fundamental sobre
o interesse em fundar uma loja maçónica de investigação formada exclusivamente
por Mestres Maçons!
Para ser implementada a Nova Escola da Maçonaria Operativa devido à sua natureza
abertamente universalista, o que significa que a sua inserção nos graus
simbólicos e nomeadamente nos Altos Graus, poderá ser adaptada não só pelo Rito
Escocês Antigo e Aceite e assim como pelo Rito Francês ou Moderno ou por
quaisquer outros Ritos que formam a Maçonaria Universal ou seja a Arte Real!
Será necessário esclarecer desde já que a Nova Escola da Maçonaria Operativa -
quando da sua implementação não vai alterar de forma alguma as normas
ritualisticas que servem de suporte em qualquer rito dito maçónico. É
compreensível entender-se de que várias ciências, tais como: a Teosofia; a
Alquimia e a Cabala são sempre complementares ao estudo e prática da Arte Real,
simplesmente e no caso específico da Nova Escola da Maçonaria Operativa, embora
não abdicando da prática daquelas já referidas ciências místicas, poderá
igualmente adotar por uma nova ciência que já não é mística, mas sim e devido à
sua natureza e metodologia preencher totalmente todos os requisitos necessários
para ser uma ciência não sectária, não religiosa ou não mística! E essa ciência
a que nos estamos referindo chama-se – Zoismo
– Educação Científica da Vontade”!
Toda a ação a desenvolver pela Nova Escola da
Maçonaria Operativa será exclusiva e rigorosamente virada para o
desenvolvimento, proteção e benefício do ser humano que sendo uma “partícula da
Inteligência Universal” tem por missão específica a sua própria evolução
material e espiritual. Assim um novo conceito de universalismo será estendido a
toda a Humanidade explicativo da razão da sua existência no seio de um mundo
físico como é o planeta Terra e daí poder-se depreender de que a “morte não interrompe a vida e a vida existe for da matéria”!
No alto Grau Filosófico – 30º. Cavaleiro Kadosch,
do Rito Escocês Antigo e Aceite da Maçonaria Tradicional e Universal.
Este alto Grau tem como legenda a expressão latina - Ordo Ab Chao – A Ordem Saída
dos Caos.
Reparai bem: “ A Ordem Saída do Caos!” Vejamos:
- Na Física Quântica, segundo o Princípio da Incerteza de
Heisemberg, que aponta sobre a não existência de um determinismo
universal, podendo-se concluir, portanto, de que o caos marca uma
presença que consideramos relativa e que faz parte da própria expansão do Universo!
No referido
Alto Grau – Cavaleiro Kadosch, a velha questão ainda não resolvida em
termos maçónicos e que está relacionada com o livre arbítrio, ou seja
ter a plena independência de pensar e agir está presente no referido Grau 30º e
face ao “Princípio da Incerteza de Heisemberg”, confirma-se a
validade do livre arbítrio, atributo moral máximo conseguido pelo ser humano na
sua longa e difícil marcha evolutiva no planeta Terra!
A Física através do estudo e da investigação da
mecânica quântica tem vindo a desbravar novas áreas que apontam para novas e
desconhecidas formas de energia no universo das subpartículas do átomo, tais
como: os fotões; gravitões; os quarks e outras subpartículas e respetivas
antipartículas;
Há medida que a Ciência for penetrando na intimidade do Campo
Quântico e com a eventual descoberta de novas e diferentes partículas como
por exemplo o famoso “ Bosão de Higgs”, que na nossa perspetiva é
errado ser chamada de “partícula de Deus, a Ciência irá
finalmente compreender de que a “partícula de Deus” na verdade é o ser
humano na sua dupla natureza – a física e a espiritual, sendo a primeira
matéria e consequentemente sujeita às leis da transformação, a segunda, o
espírito é pura energia inteligente que em obediência às leis da evolução e no
seu trajeto cósmico retorna ao ponto Alfa, donde o Universo se expandiu e daí o
pressuposto de filosoficamente sermos considerados deuses não poderá ser
considerado irrelevante!
A origem do Universo teve o seu início com o “Big
Bang”, uma explosão cósmica primordial e nela ter-se manifestado um
determinado tipo de energia a que poderíamos chamar de “energia universal”
libertada pela explosão cósmica do referido “Big Bang”. A Ciência
no seu estado atual de desenvolvimento admite que essa mesma “energia
universal” se apresenta sob quatro formas, a ver: - a força de
gravidade; a força electromagnética; a força nuclear forte e finalmente a força
nuclear fraca. Contudo, a Ciência sabe que ainda está limitada na
sua abrangência universal e a sua grande meta é atingir o conhecimento global
do chamado “Campo Unificado das energias do Universo.
Dessa
mesma força universal, destaca-se a energia criadora que
assumindo várias formas através da modelação da matéria vai ocupando posições
próprias dando início à Ordem saída do Caos na respetiva formação do Universo,
originando assim a transformação da matéria e a evolução da força, força
esta que no planeta Terra assume a máxima expressão da Vida que é precisamente
o ser humano na sua componente espiritual!
Quando combinamos a mecânica quântica com a teoria
da relatividade, parece haver uma nova possibilidade em que o espaço e o
tempo juntos poderão formar um espaço quadridimensional ou com mais dimensões!
Dimensões essas que à medida que vão regredindo na direção do ponto de origem
dessa mesma força primeva vão-se tornando diáfanos em estados
vibratórios cada vez mais subtis atingindo frequências fisicamente impensáveis!
Na verdade quando a Ordem se começa a impor no Caos,
significa que a partir da explosão primordial do “Big Bang”, diferentes
fenómenos se começaram a operar ou seja: a transformação da matéria que
na sua manifestação representa a formação de galáxias, estrelas e planetas e
outros numerosos e diferentes corpos e acompanhando a transformação da
matéria foi ocorrendo a Evolução da Força Criadora e donde brotou a Vida
que numa forma tão exuberante e variada se manifestou e se manifesta no nosso
pequeno planeta e obviamente noutras e diferentes regiões do Universo!
Em termos dos princípios que orientam a transformação
e a evolução poderemos comparar o ser humano a “um diamante em bruto”,
onde a transformação se dedica em lapidar a matéria grosseira e a eliminar a
sujidade enquanto a evolução vai descobrindo a beleza e o brilho daquele mesmo
diamante, tornando-o numa joia bela e luminosa!
O presente trabalho trata-se de uma simples e breve
abordagem à Principiologia, a ciência que estuda os Princípios da
Ordem Universal e assim, tudo indica de que se poderá tratar de um
importante instrumento do pensamento humano e como Ciência de forma alguma
nunca estará dependente de qualquer ramo religioso ou filosoficamente sectário,
mas sim sempre dependente da descoberta, compreensão e conhecimento das realidades
do Universo, o que na verdade como ciência vai ser um factor
determinante e definitivo para a solidariedade e união dos diferentes povos que
formam a nossa Humanidade orientados para uma integração perfeita
e comum e irmanados no verdadeiro conhecimento sobre si próprios ou seja:
donde vimos; quem somos; porque cá estamos e para onde vamos.
Quando nos referimos à “singularidade lusitana” que
mostrando-se sob a capa de aparente submissão a Roma Papal, nos vem do rosacrucianismo
templário; da fundação e linhagem joanicas dos Fiéis-de-Amor, convergentes na Ordem dos Cavaleiros de
Cristo que se transferiu de Portugal para o Brasil e Goa e para outras
importantes partes do mundo;
Não terá sido por acaso que essa mesma “singularidade
lusitana” convertida numa ação de “descolonização religiosa” feita pelo Rei D. Dinis,
ao institucionalizar o Culto do Espírito Santo e segundo Rainer Daehnhardt, emérito historiador
luso-alemão e autor de importantes obras ligadas à História de Portugal, destacando-se um
dos seus livros intitulado – Portugal – A Missão que Falta
Cumprir, entendeu como sendo uma ação que foi interferir na
colonização religiosa implementada por Roma.
Na abordagem política e sociológica feita ao Racionalismo
Cristão, podemos retirar importantes ilações, fazendo projeções sobre
as implicações que uma tal doutrina de âmbito espiritualista e
espiritista poderá vir a gerar e os resultados refletem-se no
desenvolvimento de uma ideologia de inspiração cooperativista,
tendo como pilares da sustentação princípios espiritualistas; científicos;
económicos e políticos e que passaremos a designar por – Doutrina da Cidadania Social e na nossa
perspetiva e no caso específico de Portugal a doutrina cooperativista é a
doutrina que apresenta as melhores condições políticas e económicas para que a
nação portuguesa possa prosseguir numa diferente e desejável trajetória de
desenvolvimento social e consequentemente atingir uma nova dimensão espiritual
e material.
A Doutrina da Cidadania Social poderá
dar origem a um novo tipo de sociedade, onde fatores ligados ao lucro; à
propriedade privada e a diferentes circunstâncias associadas aos mesmos irão
sofrer profundas alterações e não vão ser as ideologias como o marxismo; a
social-democracia; o socialismo democrático; o neoliberalismo ou ainda a
democracia cristã que irão ter qualquer tipo de expressão ou influência nessa
nova sociedade do futuro, onde a democracia participativa terá um
peso determinante e expressivo; onde as gerações mais idosas virão a ter uma
importância fundamental para o desenvolvimento espiritual e material das novas
comunidades do Século XXI.
No grande Templo de Aton em Khut-Aton – Egipto, o
Sumo- Sacerdote Moisés (o Moisés bíblico) oficiava os ritos que iniciavam os
neófitos nos Mistérios do deus Aton. Esses ritos eram semelhantes aos que foram
adotados pelos antigos maçons operativos que se foram modificando ao longo dos
séculos, mas ainda hoje na ordem maçónica conservam-se muitos atos ritualísticos
que foram inspirados naqueles antigos rituais egípcios, especialmente no que
diz respeito à iniciação e aos ensinamentos que são guardados nos símbolos e
nas alegorias adotadas pela Maçonaria Especulativa.
Efetivamente
muitas das coisas que são ensinadas nas Lojas Maçónicas via cultural judaica
têm a sua raiz nessas antigas tradições que o povo do Nilo legou à Arte Real.
No ano 1292 a.C. o Faraó Horemheb
através de decreto tornou os filhos de Israel, escravos, mandando-os trabalhar
nas pedreiras, olarias e construções no país, fabricando tijolos, desbastando e
polindo pedras para então erguerem os grandes templos e edifícios, cujas ruínas
ainda hoje subsistem e podem ser vistas no país do grande Nilo. É portanto
absolutamente admissível que os filhos de Israel se tenham tornado os legítimos
representantes da Arte Real ou seja da Maçonaria Universal!
O conceito de fraternidade começa-se a desenvolver a
partir do reinado do Faraó Akhenaton, (ano 1348 a.C.) é pois a
partir deste Faraó egípcio que se começa a vislumbrar o sentido da
fraternidade, nomeadamente no seio das confrarias de pedreiros e artífices que
sustinham e desenvolviam todo o tipo de construções que então existiam na
sociedade egípcia.
Akhenaton
é o primeiro a fundar e a desenvolver o conceito do deus único, representado
pelo disco solar através de uma nova religião onde a dignidade humana começava
a dar os seus primeiros passos e com ela o florescer dos princípios da
igualdade humana, da solidariedade e sobretudo o cultivo da espiritualidade.
As diferentes correntes filosóficas então geradas a
partir da religião monoteísta de Akhenaton, nomeadamente as três
religiões – o cristianismo; o judaísmo e o islão sempre condenaram e combateram
os maus sentimentos dos seres humanos, ameaçando-os através dos tempos com a
condenação das suas almas com as penas do Inferno e outras condenações
terríveis. O medo tem sido a melhor instrumento das religiões para controlarem
as imensas massas dos seus seguidores e fiéis.
A falta de espiritualidade, a ignorância e a imposição
do império do medo foram sempre o principal meio com que as classes sociais
dominantes utilizaram para melhor dominarem e controlarem as multidões
animalizadas, ignaras e inconscientes, originando nos seres humanos mais evoluídos
grandes sofrimentos e aqui destaca-se a ação desenvolvida pelos iniciados
que portadores de uma maior consciência de si mesmos e do mundo cruel
envolvente e através do seu trabalho manual, intelectual e artístico,
procuraram na base da união protetora dos princípios da fraternidade,
solidariedade, gerados por uma espiritualidade mais avançada deram origem às
confrarias de trabalhadores, tais como as organizações de construtores de
catedrais que ocorreram na Idade Média.
A Terra, no contexto geral dos diferentes
mundos que rolam o espaço infinito sideral é um dos muitos mundos físicos
classificados como uma escola onde as primeiras classes de espíritos ou almas
humanas, partículas da Inteligência Universal – Grande Arquiteto do
Universo iniciam a sua aprendizagem, difícil, dura, inconsciente e
lenta, apenas dependente numa fase primária da sua capacidade instintiva e
animalesca!
Queremos nós dizer com isto de que todos os maçons em
particular e a Maçonaria Universal em geral, compete uma missão,
uma grande responsabilidade em contribuir para que a Humanidade venha a ter um
destino para o qual o Grande Arquiteto do Universo nos incumbiu ou seja: Todos
contribuírem de forma desejável para a evolução material e espiritual dos povos
deste pequeno planeta que se chama Terra! É essa a responsabilidade e o fim da
Maçonaria Universal!
Para que surgisse o primeiro homo sapiens decorreu
mais de um milhão de anos de luta extrema pela sua sobrevivência e continuidade
como ser vivo e atuante. Milhares e milhares de reencarnações em corpo físico
foram necessárias para que o Homem atingisse a capacidade de dispor de livre-arbítrio,
conquista máxima que nós seres humanos alcançámos como avançada expressão de
evolução material, intelectual e espiritual!
A influência exercida pelo Faraó Akhenaton
foi tão grande que se veio a estender aos Essénios e aos Cristãos primitivos e
finalmente aos Templários que na realidade foram o ramo administrativo e
militar de uma Ordem Secreta que por detrás dos Cavaleiros do Templo agiam sob
nomes diferentes, mas mais frequentemente sob a sigla do Ministério do
Sinai, os filhos da Luz, tal como os
maçons são os filhos da Viúva! Na verdade a realidade de Deus ou
do Grande Arquiteto do Universo e a realidade do Universo pertencem a uma mesma
questão e se na Arte Real está
estabelecido um Código de Conduta que sintetiza a vida e as atividades de um homem livre e de
bons costumes que de uma forma perfeitamente harmoniosa e com um
perfeito enquadramento na mecânica das leis naturais, perguntamos: que falta aos
maçons para serem justos e perfeitos em tudo quanto se refira, nomeadamente no
tocante à fraternidade
que deve presidir a todos seres humanos?
As regras a seguir estão aí e todos os dias as temos de cumprir tendo
uma boa prática moral no sentido de desbastarmos a “pedra bruta”
que são precisamente as nossas fraqueza e defeitos, estudando e raciocinando
sobre as questões sérias da vida e sobre a origem da nossa própria existência e
a razão por que cá estamos?!
A Maçonaria é
uma Escola
de Virtudes, onde aprendemos a conhecermo-nos a nós próprios seguindo a
divisa do grande filósofo Sócrates - “ Conhece-te a ti mesmo”.
Na verdade
devemos tentar compreender o significado simbólico da Circulatura do Quadrado
ao invés da Quadratura do Círculo, sendo este precisamente o domínio da matéria
sobre o espírito quando a primeira premissa é o domínio do espírito sobre a matéria e
só assim aqueles que pretendam ser iniciados na Arte Real poderão ser discípulos
e dignos seguidores do Grande Arquiteto do Universo, criador da Vida e dos mundos que rolam no
espaço infinito!
O sucesso da aprendizagem maçónica está nos três Graus da
Maçonaria Simbólica que finalmente e na base do estudo da Simbologia será compreendida
a mensagem contida na “palavra perdida” deixada
pelo Mestre
Hiram e compreender finalmente o verdadeiro sentido de Fraternidade!
Há uma forma de pensamento que nos conduz
efetivamente à evidência das realidades da VIDA existentes neste mundo material
que se chama planeta Terra! Estamos de facto subordinados às leis da Natura e por essa razão a Ciência
tem uma ação determinante na nossa forma de viver! É conhecendo o mecanismo das leis
naturais
que nós vamos compreender; respeitar e agir em completa harmonia com os
condicionalismos físicos da matéria, da vida evolutiva do espírito e tomada de
consciência com as realidades do Universo!
Há uma Ciência
consubstanciada na educação científica da vontade que nasceu em 1910, na Europa em
que os respetivos fundadores se foram inspirar nos ensinamentos que a Sabedoria do
Antigo Egipto lhes transmitiu quando souberam traduzir os hieróglifos
descobertos por si! Essa mesma Ciência não tem a ver com qualquer tipo de
religião ou misticismo, pairando muito
acima das coisas comuns do mundo e nessa mesma ciência está contida a “Palavra Perdida”!
A Espiritualidade é um atributo
próprio do espírito humano, pois a religião sendo uma criação gerada pela
imaginação do Homem, enquanto a Espiritualidade faz parte do próprio
desenvolvimento intelectual, emocional e espiritual que caracterizam o
crescimento natural do ser humano.
O Povo Português com todos os seus defeitos e atrasos,
comparativamente com outros povos dispõe de uma certa " Singularidade" que o
distingue e que o tem levado a situações inéditas através da História da
Humanidade! É a
"Singularidade" que nos distingue! A história mítica ligada ao
"
Encoberto", o Rei D. Sebastião, o Desejado na realidade não é um "mito",
mas sim algo determinante na vida e história dos Portugueses! O "Encoberto" existe e ele está
"adormecido"
no inconsciente coletivo dos Portugueses. Fernando Pessoa, referia-se no seu Poema Mensagem – ".
Falta cumprir-se, Portugal."
O " Encoberto" não será necessariamente uma pessoa, mas
sim algo consistente e objetivo, tal como o "
Santo Graal" não é a
taça por onde Jesus,
o Cristo bebeu o seu último vinho, mas sim algo relacionado com a Espiritualidade,
sentimentos elevados e nobres onde paira ainda um "olhar"
muito específico sobre um Conhecimento Universal e Único!
O " Encoberto " poderá ser uma doutrina espiritualista
que explica e nos leva ao conhecimento dos grandes enigmas da VIDA e nos
diz finalmente – DONDE VIMOS? QUEM SOMOS? PORQUE EXISTIMOS? E QUAL O NOSSO DESTINO FINAL?
Será
que o Povo
Português tem uma resposta para o futuro da Humanidade quando na verdade
está na posse do conhecimento íntimo da “Palavra Perdida” e é precisamente a
“Palavra Perdida” que após a morte do Mestre Hiram, o seu
conhecimento superior aparentemente morreu com ele, mas a história e a tradição
maçónicas, felizmente provaram o contrário, a “palavra perdida” foi
salvaguardada no conhecimento encerrado no primeiro Alto Grau, o Grau inefável
– o 4º. Grau, o Grau de Mestre Secreto! Poderíamos acrescentar
uma outra designação – o Grau de Mestre do Silêncio,
pois que a sua divisa é: - Ver Ouvir e Calar!
No meu primeiro romance – “Operação:
Quinto Império” há uma parte da narrativa, no seu capítulo IV, O
Acelerador de Partículas Bíblico e após a morte do Mestre Hiram Abif, o
construtor do Templo de Salomão, o próprio rei Salomão, começou por introduzir
importantes alterações na Confraria criada por Hiram Abif, tendo introduzido
mudanças a partir do 4º. Grau – Mestre Secreto e até ao 14º. Grau- Grande
Eleito Perfeito e Sublime Maçom, conferindo à Confraria novos horizontes em
termos de aprendizagem e aprofundamento dos Altos Mistérios Egípcios que,
naturalmente se estenderam até aos nossos dias. Nesta nova fase da vida da
Confraria, o rei Salomão começou por desenvolver um novo conceito de
conhecimentos iniciáticos mais avançados, marcando bem a nova fronteira entre
simbologia operativa maçónica e a nova fronteira denominada pelos maçons do
nosso tempo de “especulativa” – respeitando, com absoluto rigor, a escola
iniciática dos três primeiros graus fundada e deixada pelo Mestre Hiram, -
situação que se mantém e é seguida tradicionalmente até aos nossos dias.
Seguindo a nova metodologia introduzida por Salomão quanto ao
funcionamento da Confraria após a morte de Hiram Abif, diríamos que aquele
método, em teoria, segue três vertentes distintas, mas interligadas em termos
evolutivos, a ver:
1ª. A fase
simbólica operativa, intimamente ligada à arquitetura sagrada e,
consequentemente a Deus, Grande Arquiteto do Universo e compreendida pelos
instrumentos de trabalho e ligação simbólica às virtudes humanas – realidade
que se projetou até às construções dos grandes monumentos da Idade Média, Via
Templária. Essa mesma fase simbólica e operativa seria fundamentalmente
mística, realidade que ainda hoje se mantém pela via tradicional e ritualística
nos manuais maçónicos;
2ª. A fase
científica e especulativa, em que o fator racionalista é a peça
determinante no desenvolvimento do raciocínio analítico, por exemplo: -o
matemático, astrónomo e filósofo Giordano Bruno, com a sua teoria de que a
Terra é que girava à volta do Sol foi levado pela Inquisição a morrer queimado
na fogueira por defender uma verdade que hoje, aos nossos olhos, é uma
realidade aceite com normalidade;
3ª. E finalmente
a fase espiritualista. Neste mesma terceira fase destaca-se como
elemento principal a formação da Nova Escola da Maçonaria Operativa
que no tempo de Salomão era apenas o simples esboço de uma futura semente
que num futuro ainda distante se iria desenvolver numa solução alquímica ideal
entre o esotérico e o exotérico, permitindo viver a vida material a par da vida
espiritual com total ausência da religiosidade sectária e do misticismo
entorpecente numa perfeita sintonia com Deus ou com a Força Criadora que foi
conhecer um novo conceito espiritualista ligado ao Mito do Quinto Império que
ao longo da História do Povo Português, foi conhecendo novos desenvolvimentos.
Todos
os princípios contidos na Nova Escola Maçónica Operativa estão
plenamente integrados no Rito Escocês
Antigo e Aceite por se tratar do Rito Maçónico mais universalista.
Perguntamos? O que é a nova maçonaria operativa no Século XXI? Certamente que
será diferente daquela maçonaria operativa da Idade Média que se dedicava à
construção das imponentes catedrais! A Maçonaria
Operativa do Século XXI irá constituir-se numa nova escola do pensamento
humano construtivo que se fundamentará basicamente da educação científica da
vontade ou seja: o treinamento e prática da mente humana na projeção e
irradiação unidirecional do pensamento humano e isso será possível através do
estudo e prática da Ciência do Zoismo. O Zoismo é verdadeiramente uma ciência à
luz da racionalidade e positividade humanas, contudo trata-se de uma ciência
que tem perfeito enquadramento numa perspetiva iniciática e esotérica e podendo
ser comparada por exemplo: a uma Teosofia que é igualmente uma ciência, mas de
natureza mística, facto inexistente na Ciência do Zoismo ao estar isento de
qualquer influência de origem religiosa e ou mística.
À partida teremos todo interesse em criar uma
Loja Iniciática a que eventualmente poderíamos dar o nome de Loja
de Investigação. Esta mesma Loja seria apenas constituída por Mestres
Maçons!
A
Loja de Investigação teria por objeto abranger os diferentes planos que a
Maçonaria Universal cobre, ou seja: - os planos relacionados com a Simbologia;
com a Ciência não mística (no caso do Zoismo que já citámos) com a Ciência
Política; com a História dos povos e da Humanidade nas suas diferentes
perspetivas e finalmente na investigação, estudo, desenvolvimento e
implementação da Nova Escola da Maçonaria Operativa
Com
a criação de uma Loja de Investigação Maçónica esta naturalmente irá dar origem
à fundação de uma nova Obediência Maçónica, a qual teria como seu Rito, o REAA
– Rito Escocês Antigo e Aceito e por se tratar especificamente da Maçonaria
Operativa, a nova Obediência Maçónica passaria a denominar-se: GLMOP – Grande
Loja Maçónica Operativa de Portugal!
Poderemos
agora começar a compreender sobre o que seja a Nova Escola Maçónica Operativa para o Século XXI.
Certamente que na sua natureza, conteúdo e finalidade não irá alterar
minimamente qualquer pormenor contido nos tradicionais manuais em todos os seus
graus do Rito Escocês Antigo e Aceite.
A
Loja
de Investigação não verá em si qualquer tipo de alteração na sua
simbologia tal como é e os maçons nos seus diferentes graus irão estudá-la e
segui-la rigorosamente dentro da tradição maçónica e apenas será facultado à GLMOP os necessários estudos e
pesquisas na procura do desenvolvimento de uma
Nova Escola de Maçonaria Operativa
para o Século XXI e daí a presente necessidade de a ligarmos à Ciência Política
na base de um novo pensamento prospetivo quanto à definição do conceito de Quinto Império, onde e sem duvida a
visão universalista e imperial do Padre
António Vieira. Na verdade trata-se de uma primeira abordagem a ser feita
em Portugal sobre a Maçonaria Universal e Simbólica. Teremos de efetivamente
aceitar de que a Maçonaria seja ela regular ou irregular e no que se refere à
Europa, agora no Século XXI é na verdade materialista e administrativa, vindo a
perder sistematicamente o seu carácter verdadeiramente iniciático e
espiritualista.
Na
maioria dos casos trata-se de uma maçonaria mais ligada ao interesses materiais
pessoais e de grupo, onde os factores ligados à política sectária e aos
negócios visando simplesmente o lucro e a obtenção de favores de carácter
egoístico. Infelizmente é esta a situação da atual Maçonaria que pela sua
própria evolução tem vindo a sofrer um desgaste tremendo nas sua mais
importante essência que é o aperfeiçoamento do espírito humano nas suas
componentes intelectual e espiritual.
Quando nas lojas maçónicas simbólicas
e especulativas se pretende esclarecer de que nelas não poderá ser discutida
nem Política nem Religião, na verdade trata-se de uma “falácia”.
Nada disso corresponde à verdade e verifica-se o porquê uma vez que toda a
simbologia contida na Maçonaria estar ligada intimamente aos “instrumentos
de trabalho” pelos quais os seres humanos procuram “produzir” elementos ou
componentes correspondentes às suas necessidades básicas para a sua vivência e
sobrevivência físicas no nosso planeta!
Os alimentos e os produtos produzidos pela
ação do trabalho dos seres humanos conseguidos através dos seus instrumentos de
trabalho são importantes factores de ordem política que regem a sociedade
humana e daí a importância das suas próprias existências! Consequentemente não podemos
negar o nosso compromisso “político” para com a sociedade
civil!
Não
defendemos facções, ideias sectárias e ou partidos políticos, mas sim
defendemos novas ideologias que tragam para a Humanidade uma maior consciência
de si mesma e acompanhada de condições cada vez mais favoráveis ao progresso material,
intelectual e espiritual do ser humano! Quando falamos na Nova Escola da Maçonaria
Operativa queremos dizer que nos devemos inspirar agora no Século XXI
no desenvolvimento de novas ideias, novas dinâmicas, novas iniciativas que
tragam um adequado enquadramento às novas realidades sociais e humanas.
Este
estudo sobre a Nova Escola da Maçonaria Operativa pretende exatamente alcançar
combatendo assim o crescente desgaste que a atual Maçonaria tem vindo a sofrer
nos seus diferentes níveis de existência face ao próprio desenvolvimento humano
agora no Século XXI, desenvolvimento esse que apenas está incidindo em aspetos
meramente materialistas e que estão conduzindo inevitavelmente para a sua
definitiva degradação!
A
Nova
Escola da Maçonaria Operativa pretende historicamente retomar um
processo de desenvolvimento que nos Séculos XVII e XVIII foi interrompido pela
eclosão da Maçonaria chamada especulativa (Iluminismo) surgida na Inglaterra,
sendo a Maçonaria Operativa muitíssimo mais antiga (cerca de 4000 anos a.C.)
remontando à Mesopotâmia, depois ao Egipto, Grécia, Israel e atravessando a
Idade Média até aos nossos dias! A Nova Escola da Maçonaria Operativa,
naturalmente já não será a Maçonaria Templária e construtora dos grandes
monumentos da Idade Média!
Será sim, uma maçonaria operativa que atuando
na área do intelecto e pensamento humanos vai procurar ser criativa e
originadora de novas situações que desenvolvam a intelectualidade e
espiritualidade humanas, procurando o aperfeiçoamento da Humanidade no sentido
certo da evolução universal e aproximando a Humanidade terrestre aos mundos ou
dimensões que são habitadas por entidades muito evoluídos e que já viveram
fisicamente na Terra e que mercê do seu grande avanço evolutivo passaram a
viver em novas condições mais consentâneas com as necessidades da sua própria
evolução espiritual.
No
Rito
Escocês Antigo e Aceite compreende trinta e três graus, que a partir do
1º. Grau de Aprendiz vai subindo até atingir o 33º. Grau – Soberano Grande
Inspetor Geral, coincidentemente ou não a esfera física que é o planeta Terra
tem sobre si sobrepostas ou envolventes 33 esferas, planos ou dimensões que
representam as 33 classes de espíritos que se servem do mundo material para
realizarem os respetivos planos de evolução em conformidade rigorosa com as
leis naturais e imutáveis que regem o próprio Universo no seu percurso
expansivo e feito na base da transformação da Matéria e da evolução da Força ou
partícula da Inteligência Universal, diremos nós - do Grande Arquiteto do Universo
ou Deus!
No 3º. Grau – Mestre, da Maçonaria Simbólica, com a morte de Hiram
Abif, “ a Palavra Perdida” desvanece-se e com ela perde-se o
seu “Segredo” que aparentemente o Mestre Hiram, levou consigo
para o túmulo, contudo, essa mesma “Palavra Perdida” é recuperada por
Salomão e transmitida por iniciação aos Perfeitos e Sublimes Maçons – Irmãos do
14º. Grau, sendo-lhes permitido conhecer a Verdade contida na “Palavra Perdida”
e assim aqueles mesmos Irmãos descobriram que por si próprios podiam mercê da
sua vontade consciente atrair uma maravilhosa energia espiritual (Luz),tomando
consciência de que cada ser humano poderia ser portador no seu íntimo dessa
mesma “Luz” e que por si próprio e em contacto direto e pessoal poderia
estabelecer uma “Aliança” com Deus, não necessitando de “intermediários”.
Esse foi o saber recuperado por Salomão em que os Sublimes Maçons,
dispersos pelo mundo levaram a Arte Real, a Palavra do Conhecimento
que em tempos vindouros se viria a chamar de “Divino Espirito Santo”.
Os Maçons do 14º. Grau são os desbravadores embora ainda de forma embrionária,
abriram o “caminho” que no futuro viria a ser trilhado por Jesus,
o Cristo!
Sabemos agora que na “Palavra Perdida” estava contido o
nome de Jesus! O Grande Arquiteto do Universo revelava-se sob o nome de Jesus
neste maravilhoso 18º.Grau – Cavaleiro Rosa Cruz,
era o segredo mais interno e central dos ensinamentos dos Mistérios Egípcios,
ensinando-nos que Deus está encarnado em todos os corações humanos que no mais
íntimo de cada homem e mulher há uma centelha divina.Assim, compete a cada Cavaleiro
Rosa-Cruz meditar e difundir a Luz do Conhecimento Espiritual, o Grau
18º. Instrui a fazer diariamente certos esforços no sentido de aprender a
converte-se numa antena viva captando de Deus a força e a vontade em tornar-se
num instrumento superior ao serviço do Grande Arquiteto do Universo!
Teremos agora de voltar ao 4º.Grau
– Mestre Secreto, pois será a partir deste Primeiro Alto Grau que vai
ser possível fazermos a ligação à 3ª. Vertente da metodologia
introduzida na Confraria por Salomão, após a morte de Hiram Abif,
tratando-se da vertente espiritualista que comporta já uma
perspetiva do regresso da Maçonaria Universalista a uma nova fase operativa e
cujo enquadramento e desenvolvimento deveria ser iniciado agora no Século XXI,
sendo precisamente esta nossa Introdução a Um Estudo Comparado
da Doutrina da Cidadania Social com a Nova Escola da
Maçonaria Operativa que pretenderá dar início!
O 4º. Grau – Mestre Secreto. Este Alto Grau tem como um
dos seus símbolos principais a “Chave”. A origem deste símbolo é
desconhecida, tendo sido encontrado nas ruinas de civilizações muito antigas e
o seu significado sempre foi o do “Sigilo” e do “Segredo”,
mas também o de “Abertura”. Na linguagem bíblica simbolizava “Abertura”,
mas igualmente prudência, porque o “Sigilo” deve ser guardado e
tem um significado esotérico ligado à “Arca da Aliança” que devia
de estar sempre fechada! Um outro símbolo igualmente importante é a letra “Z”,
que tem a sua origem no hebraico “ziz”, que significa esplendor!
É sabido que cada Grau dentro do Rito Escocês Antigo Aceito representa a soma
dos Graus precedentes que adquirem significado mais esotérico e profundo.
Nas nossas diferentes
intervenções temos vindo a defender a implementação de uma Nova Escola da
Maçonaria Operativa em que nunca abdicando do conhecimento tradicional
e ritualístico acumulado ao longo dos séculos pela Arte Real.
O estudo e compreensão do que
seja a simbologia, nomeadamente aquela que está materializada e associada aos
instrumentos de trabalho, tais como: o compasso; o esquadro, o fio-de-prumo; a
régua e tantos outros instrumentos que o ser humano utiliza no seu dia-a-dia de
trabalho!
Esses mesmos instrumentos de trabalho e aqui
já citados e outros estão intimamente associados às capacidades e atributos do
espírito humano! Agora, que estamos no Século XXI, além de utilizarmos as
componentes tradicionais e ritualísticas, temos igualmente necessidade de
utilizar a nossa intuição aliada a uma forma de pensamento racional e
científico que nos leve a descodificar todas as mensagens simbólicas e místicas
que a Arte Real pretende transmitir-nos, contudo e para uma melhor compreensão
do nosso pensamento, teremos de regredir na história iniciática, ao tempo em
que vivia o grande sábio Hermes Trismegisto, cerca de 4000 anos a.C. cuja
doutrina defendida por si e que veio a designar-se por Hermetismo, o qual por
sua vez e por intermédio da Fraternidade dos Irmãos Iluminados da Rosa-Cruz,
foi dada origem ao nascimento de diversos ritos da Maçonaria Universal.
Será um regresso à Maçonaria Operativa,
desta vez já não iremos construir catedrais como na Idade Média, mas sim utilizando
a ação do pensamento, educando-o de forma científica e aplicando-o em ações de
natureza espiritualista ou seja a restauração de uma Maçonaria Coeva, que num
passado vindo do Antigo Egipto, em que Hermes, o três Vezes Grande, foi um dos
seus iniciadores encontrava-se vinculada a Entidades Espirituais Superiores,
que desde os Inícios dos Tempos assistiram no pretérito e assistem no presente
à evolução material e espiritual da Humanidade e daí por vezes e ao longo da
História da Humanidade estabelecer contactos de forma mais ou menos estável e
continuada.
A
Nova Escola da Maçonaria Operativa pretende, agora, restabelecer esse mesmo
contacto, pretendendo distinguir-se de alguns dos ramos da maçonaria que agora
no Século XXI vivem apenas na base da materialidade.
O conhecimento oculto que nos vai permitir ter
essa capacidade em poder restabelecer o contacto precioso e importante com
essas mesmas Entidades Espirituais está na aplicação do Pensamento que sem
dúvida é a Força mais poderosa que existe no Universo e nós seres humanos somos
portadores dessa mesma Força!
Naturalmente poderemos incluir o estudo da
Ciência do Zoismo que é igualmente uma ciência iniciática, mas com a
característica de não ser mística em relação às diferentes ciências místicas
conhecidas como a Alquimia; a Teosofia e a Cabala que os diferentes ritos
maçónicos ao longo do tempo têm vindo a adotar e sendo precisamente o estudo do
Zoismo a importante inovação a introduzir nos estudos complementares da
Maçonaria Operativa para o Século XXI!
O
estudo do Zoismo dá-nos a técnica dessa mesmo conhecimento! E à medida que o
estudante for progredindo nos seus estudos irá conquistando para si uma maior
autonomia individual e liberdade de pensamento. Na nova Maçonaria Operativa e
em paralelo com as componentes tradicional e ritualística maçónicas estará
aliada uma nova ciência denominada Zoismo – Educação Científica da Vontade que
tem como seu símbolo precisamente a Letra “Z”, que significa silêncio e
portanto os seus praticantes serão chamados de Mestres do Silêncio!
Consequentemente o 1º Grau Zoista, corresponde ao 4º. Grau – Mestre Secreto,
Alto Primeiro Grau da Loja de Perfeição que vai do 4º. Grau ao 14º. Grau do
Rito Escocês Antigo Aceito.
Naturalmente que o estudo e prática do Zoismo
terá de ser sempre realizado em Lojas de Investigação, Lojas só formadas por
Mestres.
O Zoismo, segundo a metodologia
oriental de há milénios, tendo sido adotado no início do Século XX na América e
na Europa, dividiu-se em cinco grandes partes podendo ser estudado em pouco
mais de três meses ou em cerca de três anos. A primeira parte – iniciação,
ensina-nos o autodomínio pela Educação Científica da Vontade e a disciplina do
pensamento, o equivalente ao “desbastar da pedra bruta” que
corresponde aos dois primeiros graus simbólicos do REAA; a segunda parte –
Império Mental, habitua-nos a confiar em nós próprios ao executarmos exercícios
práticos de domínio e de imposições ao meio; a terceira – Zoismo Elementar,
adestra-nos praticamente no robustecimento diário das faculdades nobres do ser;
sendo a quarta – o Zoismo Superior, põe-nos em contacto com os maiores
problemas da vida, ensinando-nos a atuar na existência no sentido do Bem e do
Belo e proporcionando-nos exercícios práticos admiráveis de imposições e de exteriorizações
do pensamento.
Quanto à última e quinta parte –
Estudos Complementares, onde nem todos poderão chegar! O estudante Zoista terá
que provar que é uma pessoa honesta, séria e digna, pois ao atingir a 5ª. Fase
da Ciência do Zoismo, porque esta fase é apenas destinada aos que “podem
esmagar, mas não esmagam”, porque ignoram a inveja, desprezam o ódio e detestam
a vingança!
Qual a finalidade prática que se pretende obter com o estudo do Zoismo?
O estudante pretenderá alcançar uma maior capacidade de clarividência através
do desenvolvimento do autodomínio pessoal; da autoanálise; da capacidade de
concentração mental; e maior capacidade de exteriorização do pensamento
consciente e direcional; maior capacidade de observação e finalmente a obtenção
de uma maior capacidade de memorização!
No
nosso livro e na sua vertente espiritualista esta fundamenta-se na tentativa de
encontrar o ponto equidistante, diremos geométrico que irá definir o
posicionamento entre o fundamentalismo religioso e o racionalismo materialista
procurando-se encontrar uma doutrina verdadeiramente humanista, universalista
de base racional e científica demonstrando de que a Morte não interrompe a Vida
e a Vida existe fora da Matéria.
Certamente que agora no Século XXI, não vamos
converter cada cidadão nacional num monge cavaleiro, sujeito a duras regras de
conduta moral e material, mas esse mesmo novo cidadão terá que assumir uma nova
postura perante a nova sociedade que se avizinha e essa mesma nova postura terá
de passar por uma autodisciplina moral e material; pela defesa dos verdadeiros valores assentes
na espiritualidade humana; por uma conduta sóbria quando relacionada com consumismos
desregrados; pelo desenvolvimento de um sentido de solidariedade mais forte e
sincero; no desenvolvimento do espírito de empreendedorismo e abdicação das
riquezas e luxos fáceis que o capitalismo desumano de uma maneira tão
insensível e frenética tem vindo a provocar na Humanidade!
Eis, pois de uma forma simples o novo
modelo do cidadão do Quinto Império que embora não assuma a figura do
monge cavaleiro que caracterizou a Ordem de Cristo, nos
Séculos XIV; XV e XVI, mas sempre assumindo um espírito de missão, podendo ser
considerado um Cavaleiro Defensor do Quinto Império, sempre
virado para a prática do bem comum e para o progresso da Humanidade no seu
sentido mais lato!
Feita esta a minha Introdução a um Estudo Sobre a Nova Escola
da Maçonaria Operativa e pretendendo retirar algumas ilações
interessantes, as quais em termos práticos poderão ser aplicadas numa inédita
experiência maçónica que poderia ser esta efetivamente o “embrião” de algo,
inovador ligado a uma Loja Investigação Maçónica!
Neste nosso estudo, procurámos uma solução e essa
mesma solução passa pela formação de uma Loja de Investigação que virá a ter
por missão muito específica a criação, desenvolvimento e implementação de uma Nova
Escola Maçónica Operativa, naturalmente uma realidade inédita em
Portugal, visto representar “algo de novo”, agora no Século XXI na
RECONSTRUÇÃO
DO TEMPLO DE SALOMÃO!
Jacinto Alves, escritor e ensaísta e autor dos livros: "Operação: Quinto Império". Editora Ecopy/Porto e " Ensaio Sobre a Doutrina do Quinto Império". Chiado Editora.
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